Queria poder
descobrir como é se sentir a tanto tempo longe de quem mais se ama. Queria
poder descobrir a força de uma paixão, descobrir se amar alguém é como ver uma
flor brotar no verão e vê-la morrer na próxima estação. Se for como a abelha
protege seu mel de qualquer tipo de extinção, e se o cinza e o frio podem
ocorrer uma chance de coloração.
Hoje
descobri que há certas coisas na vida que jamais devemos mudar. Quando se é
criança a nossa única obrigação além de freqüentar a escola, é obedecer aos nossos
pais, embora não concordamos com suas escolhas plenamente. Uma boa parte de nos
devemos a eles, que sempre será a nossa base. Mas aqui do auto de um edifício
não consigo compreender qual o foi o motivo tão grande que me trouxe a Nova
York a tanto anos, se a vida que tínhamos em Osasco/São Paulo era tão boa.
Deixar aquela região, a minha querida cidade, o meu país e as pessoas que mais
amava na vida foi a coisa mais difícil que já cheguei a fazer.
Naquela
época ainda tinha oito anos e não podia me decidir entre ficar ou partir. Em
março completou cinco anos. E sei que outros ainda virão. Não que Nova York não
seja um lugar tranqüilo para viver com minha família, ela fornecia suas
vantagens e desvantagens e claro que o perigo existia em qualquer lugar, seja
qual for a ocasião.
Mas conforme
os dias, semanas, meses e anos foram se passando, aprendi a gostar até mesmo do
clima de frio que a maior parte do ano fornecia; a escola era diferente, as
pessoas falavam estranhas, e me custou a me adaptar com a cultura inglesa, e a
fazer amizade. E quando batia a saudade
do Brasil, chorava não apenas por ter deixado tantas pessoas para trás, mas
principalmente por um motivo ainda maior; alguém que jamais tiraria da memória.
E Nova York se tornou grande parte da minha historia, onde passei a maior parte da
minha vida, até o dia em que decidiu retornar...
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