domingo, 13 de outubro de 2013

Capitulo Seis.


Paulo chegou em casa decepcionado com a revelação que Isabella havia lhe confessado. Estava voltando pro Brasil porque prometeu a um amigo de infância que supostamente nem sentia a sua falta, que algum dia iria voltar. Que bobagens de criança, pensou ele dando um soco contra a parede.
Não era justo que a vida lhe pregasse tantas peças de uma só vez. Ele deveria ganhar os creditos de melhor amigo, ele que ficou ao seu lado todos esses anos e não aquele babaca. Ele sempre a apoio, a ajudou nos momentos bons e dificeis, ele que sempre esteve ao seu lado desde criança, e começaram a adolescência juntos, eles que sempre viajaram e compartilharam as coisas juntos, agora seria abandonado porque a Isabella prometeu a garoto caipira que voltaria.
Ele não se conformava e parecia que a todo momento a ouvia falar dele com toda ternura deste mundo. Ele não podia suportar isso, teria que fazer alguma coisa porque a qualquer momento ela poderia ir e talvez nunca mais voltaria e ele como iria ficar?
Paulo pensou tanto que começou a chorar, pegando uma garafa de wiskey e bebendo sem controle. Lembrou-se de que  Isadora disse a ele que sua irmã nunca esqueceu uma pessoa de quem sempre gostou muito, e agora tudo fazia sentido, absolutamente tudo. E tudo que ele tentou e construir durante anos estava sendo levado embora como o vento, e o culpado de tudo era ele: Luan.
Isabella permaneceu algum tempo no parque, mais depois de tempo resolveu voltar para casa. Não entendeu porque Paulo se comportou da quela maneira, ele sempre foi como um porto seguro mais o lugar que ele sempre quis ter é de outra pessoa, mais mesmo quanta distancia os dois sempre foram muito importantes para ela, não queria ter que escolhe entre eles.
Ao chegar em casa sentiu que teria que enfrentar sua decisão, a qualquer momento teria que revelar o que decidiu, e teve certeza que a unica que a apoiaria era sua irmã.
- Você demorou muito pra chegar.. Liguei pra sua empresa mais a Maribel me disse que você já havia saido de la a muito tempo. A onde é que você estava menina? - Era sua mãe, preocupada e dramatica como sempre.
- Fui dar uma volta com o Paulo, nada de muito importante, mas já estou aqui mãe, não precisa se estressar tanto.
- Que tranquilidade, eu aqui sofrendo pelo medo de alguma coisa acontecer com você, e a gratidão é zero.
- Ai, mãe se sabe que não é assim. Vem aqui me da um abraço. - Ela abraçou e enxeu de beijinhos a sua mãe. - Não se preocupe viu, estou bem.. muito bem.
Sentindo cansada, Isabella resolveu tomar um banho e debaixo do chuveiro jogou pra fora em forma de choro todas as magoas, as tristezas, as angustias, a saudade que já não lhe cabia mais. Andava em forma natural pelo quarto, e secando os cabelos pensando em como iria encarar esta nova fase.
- Ah, você está aqui - Isadora entrou pelo quarto e sentou-se numa poltrona. - Onde você estava maninha?
- Ai Isadora que dia dificel, sinto como se não fosse mais aguentar tanta cobraça, tanta pressão, tanta expectativa em cima de mim.
- Mas o que aconteceu pra você está assim tão abatida. Ta certo que hoje de manhã você não estava as mil maravilhas, mas o que aconteceu?
- Quando sai daqui, fui pra PowerFul, mais não sei o que fui fazer lá porque não consegui me concentrar no trabalho. Mais isso não fui tudo, o Paulo apreceu la e me chamou para tomar um sorvete e conversar um pouco..
- E dai?
-  E dai, que ele queria saber porque eu estou tão estranha esses dias, e ele fico sabendo da pior forma possivel que eu vou voltar pro Brasil, pelo Luan..
- Como é que é, Você vai voltar pro Brasil?
- Vou Isadora, Eu vou voltar pra onde eu nunca deveria ter saido.
- Essa é a melhor decisão que você já tomou em toda a sua vida.
Isabella estava olhando pela janela imaginando o dia de seu retorno e se preparando para uma bronca quando se supreendeu com a resposta da irmã. Virou-se lentamente e a encarrou, mais depois de um tempo sorriu, levantando-se para abraça-la.
- Eu pensei que você iria me chamar de louca, mais você me supreendeu. - Seus olhos estavam cheios de água encarando sua propria imagem.
- Como eu poderia te dar um sermão se eu joguei a carta para que você pudesse entrar no jogo? Irmã eu te adoro, e quero que seja feliz, que saia desse pesadelo e acorde para a felicidade.
- Eu te amo sabia? Obrigada por me aturar tanto e estar sempre me dando forças para cada decisão que eu tome. Muito obrigada viu? - Elas se abraçaram mais uma vez.
- Sabe depois dessa boa noticia, eu também vou voltar para o Brasil.  
- Agora assim não poderia ficar melhor, irmã semana que vem o Brasil nos espera!
E os dias passam naturalmente. Os pais de Isabella e Isadora acharam uma loucura querer voltar depois de tantos anos. Compreenderam que nunca se adpataram a Nova York e decidiram que voltariam todos juntos. 

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Capitulo Cinco.


Paulo sentiu que essa conversa não seria nenhuma das melhores, e que Isabella estava para lhe revelar algo que não confiou em lhe contar antes. Gostava tanto dela a ponto de chegar a ama-la, e quere-la somente para ele, mais se conformava em achar que ela era sua melhor amiga, mais naquele momento se perguntou; e ele era seu melhor amigo?
- Como assim você vai voltar pro Brasil?
- Paulo, eu decidi que Nova York apesar de ser a minha cidade onde cresci, onde estudei, a onde abri a minha empresa e me tornei uma super e reconhecida empresária, não é o meu lugar.
- Como não é o seu lugar se você acabou de me dizer que aqui é a sua cidade.  Você... Você passou a maior parte da sua vida aqui, eu achei que aqui era a onde você queria se casar e criar seus filhos.
- Mas não é Paulo, não é. Na verdade você sabe além da minha irmã que nunca consegui ser feliz aqui, sabe que meus pais me trouxeram sem me perguntar se queria vir, se era isso mesmo que eu gostaria de fazer na minha vida, e hoje eu decidi que quero voltar.
- Essas suas explicações eu estou escutando a anos. Não está me convencendo em nada Isabella. Na verdade você sempre se deprimiu muito em tocar no assunto de mudança, e quando via os casais de amigos e namorados juntos. Você está escondendo alguma coisa que eu não sei e que você nunca quiz me contar. - Ele se irritou com suas justificativas e no fundo Isabella sabia que ele tinha razão.
- Você tem razão. Quero voltar porque prometi a alguém muito importante, alguém que nunca consegui esquecer em todos esses anos, alguém que sempre foi meu melhor amigo e nunca deixou de ser, alguém de quem gosto muito e que sinto muita saudades, alguém que nunca conformei em deixar pra trás e que prometi que voltaria algum dia. - Ela respirou fundo, terminando de chupar seu sorvete e o encarou. - E esse dia chegou!
- É por essa pessoa que você nunca conseguiu ver em mim o seu melhor amigo não é? Também é por essa pessoa que você sofre tanto. - Paulo fico decpcionando.
- Paulo não sofro por ela, não fale como se estivesse apaixonada por ela. Eu sinto muita saudade porque me tiraram de perto dela, e me trouxeram para morara aqui sem eu querer. E agora eu quero voltar e ver o meu melhor amigo. - Suas lagrimas de angustias sairam levemente e ela colocou as mãos entre o rosto. - Sinto saudades, muitas saudades.
- Quem é essa pessoa Isabella, quem é essa pessoa?
- Ela se chama Luan.
Paulo não disse nada. Fico chateado por saber que entre eles havia alguém que ela jamais deixou para trás, Paulo então se levantou deixando Isabella sozinha no parque e se direcionou até o carro, saiu pelas de Nova York, e enquanto dirigia chorou por saber que ela iria ir embora e que iria justamente por causa de outra pessoa.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Capitulo Quatro.

Isabella passou o dia todo perdida nos seus pensamentos e mal conseguiu se concentrar no trabalho. A conversa com a irmã pela manhã a deixou muito confusa e com vários tipos de pensamentos, mais se lembrou de que o amigo lhe falou antes de partir.

"Não importa pra onde você vai Bella, quem você conheça, se você namore ou se case, se faça novos amigos ou até mesmo decida a nunca mais voltar, sempre irei me lembrar de você. Sempre."

Bella então pegou um café e sentou na cadeira giratória, observou mais uma vez aquele mundo onde viveu tantos anos e se perguntou mais uma vez se o caminho que tomou até hoje era o certo a fazer. Sentia falta a muito tempo de ser ela mesma, de parar um pouco daquela rotina tão louca que levava, de fazer atividades que deixasse seu dia mais feliz, como sair com algumas amigas, sentar e fazer um piquenique a beira de um lago, andar de bicicleta ou até mesmo de conversar e se sentir livre com alguém que não lhe cobrasse e esperasse tanto dela.  

A muito tempo Isabella não se sentia feliz, quando começou a entender que a vida estava passando e que a adolescência seria trocada por responsabilidade, abandonou o namoro que não lhe fazia bem. Namorou apenas duas vezes e decidiu então que só voltaria a namorar quando achasse realmente alguém que a fizesse se sentir ela mesma.

Quando decidiu a profissão que tomaria optou por ser assessora de empresas, então o pai fez de tudo para torná-la numa empresária. E mais tarde ela optou que trabalhasse com novos talentos. Desde então financia os novos cantores e as mais belas e talentosas modelos.

Porém a vontade de voltar pro Brasil nunca a abandonou, sempre se lembrou de que um dia teria que voltar mesmo seus pais nunca concordando. Estudou o Inglês, Espanhol, Japonês, Francês e Italiano. Fez todos os tipos de viagens e sempre manteve contato com a família que vivia no Brasil.

E pela manhã se deparou com uma difícil decisão, aquela que mudaria a sua vida completamente. Entre ficar ou partir.

- Posso entrar? - Seus pensamentos distantes foram interrompidos quando alguém bateu na porta.

- Claro, entra Paulo. - Ela sorriu. 

Paulo notou que a amiga não estava no seu melhor dia, mas notou que desde de o começo da semana ela estava diferente, mas não teve coragem de perguntar qual o motivo que a levava a ficar tão angustiada. Durante todo o dia notou que a pequena empresária não estava bem, de manhã fez uma reunião muito rápida com os funcionários, na hora do almoço pouco falou e agora a tarde não andou pela empresa como costuma fazer todos os dias, porém decidiu que era a hora de confrontar.

- Você precisa de alguma coisa? - Ela foi bem rápida antes de assinar os últimos papéis e entregar a ele.

- Na verdade nada.

- Que bom, então apressa a Maribel porque temos uma reunião com as modelos da próxima campanha.

- Claro! Farei isso, mais antes gostaria de convidar você para conversar um pouco e tomar um café, você está muito aflita.

- Mais tarde quem sabe, agora anda com a reunião. - Ela não disse mais nada e ele se retirou.
Uma das personalidades de Isabella, era que não gostava de conversas paralelas na hora do trabalho, mesmo que fosse seus pais. Depois da reunião, encerrou seu dia de trabalho.

- Você está ai, senhorita Cortelassi. - Ele sorriu, mais ela não correspondeu.

- Oi, Paulo.

- Bella, o que você tem em? Ta muito estranha esses dias, não conversa com ninguém, está como se estivesse deprimida. - Ele parecia muito preocupado. - Aceita tomar um sorvete no parque, assim você possa me contar, sei La.

Ela aceitou. Ele então a acompanhou até o carro e foram juntos até o parque mais perto que havia na cidade, as pessoas estavam fazendo suas caminhas de todo fim de tarde, levava seus animais para passear, outras colocavam a conversas paralelas em dias e algumas crianças brincavam com seus pais e amigos.

Paulo foi até o sorveteiro e pegou dois sorvetes. Isabella estava distraída observando dois casais de jovens, mas não sabia distinguir se eram namorados ou apenas amigos, mais o que mais lhe chamou atenção era que estavam felizes. De repente bateu uma saudade e um vazia ao mesmo tempo que não lhe cabia no peito a fazendo ficar mais mal ainda.

- Aqui está, abacaxi ao leite com cobertura de chocolate do jeitinho que você gosta. - Ele lhe entregou sorrindo.

- Obrigada. - Ela sorriu.

-Isabella, acho que deveríamos continuar aquela conversa que começamos na empresa.

- Claro o que você quer saber. - Ela suspirou não dando tanta importância.

- O que você tem? Ultimamente você está muito distante, muito estranha como se não te interessasse em nada o que você tem ao seu redor. O que está acontecendo de verdade? Conta pra mim. - Ele segurou sua mão, e naquele momento ela soube que já era hora de contar o grande segredo que escondia a anos.

- Eu..

- Você?

- Eu vou voltar para o Brasil!

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Capitulo três.

13 de Abril de 2013.
15 anos depois.

Nova York, cidade típica dos Estados Unidos, tendo suas privações, suas características, seus defeitos como cidade e seus maravilhosos pontos turísticos. É aqui que Isabella passou seu próximos quinze anos, terminou a infância, com os pés na adolescência, onde descobriu muita coisa nova. Fez amizades ao longo do tempo, e conforme os anos passaram mais idêntica a sua irmã ela se tornavam. Chegaram mesmo até serem confundidas pelos seus pais, e pelos namorados. Mas hoje, nenhuma das duas possui namorados, e já são todas formadas profissionalmente sendo uma empresária e a outra médica.

Isabella era confidente se sua irmã gêmea e sempre soube que Isadora é apaixonada por Paulo. O melhor amigo de Isabella, mas sempre manteve segredo pois a irmã nunca quis que ele desconfiasse de nada. Isadora também tinham suas certezas, e uma delas é que Paulo gostava de Isabella e que a garota nunca conseguiu esquecer seu grande amigo de infância: Luan.

Nas primeiras noites, Isadora sempre pegava a irmã chorando e olhando pela janela, sabia que ela sentia a falta dele e demorou para que ela se adaptasse ao lugar. Na escola nunca dava chance  de alguém se aproximar, raramente falava com alguém ou se  dirigia aos professores, foram muitos meses assim até que ela deu lhe a si mesma uma nova oportunidade.

Foi então que se tornou amiga de Paulo Sanches, um rapaz rico que frequentava uma das melhores colégio de onde foi matriculada, todas as garotas morriam por ele desde quando começou a adolescência, mas o rapaz só tinha olhos para ela. A irmã então se apaixonou por ele, mas teve uma desilusão muito grande quando ele lhe confessou que amava a sua irmã e até chegou a pedir ajuda para conquistá-la. 

Teve um certo momento que Isabella pediu para que ele não confundisse o carinho com sentimentos mais profundos. Ele então nunca se atreveu a lhe dizer que via nela além de uma amiga, uma incrível mulher.  Foram muitos e muitos anos de muita confidência, muita amizade e Paulo então mais apaixonado pela melhor amiga ficava; Isadora vendo aquela situação ficava cada vez mais sem esperanças, e chegava muitas vezes a discutir com sua irmã sobre isso.

Muitos anos se passaram, e Isabella nunca mais chegou a saber de Luan, nunca receber nem se quer um telefonema ou uma carta dele.  Ficou deprimida algumas vezes, mas manteve sua promessa de que não importa quantos anos se passassem, sempre seriam amigos. 

Abril de 2013. A semana havia começado bem agitada, mas como todas as manhãs Isabella ficava do alto da janela observando o movimento da cidade que nunca chegou a parar. Começou a se lembrar de como sua vida mudo desde quando deixou o Brasil, havia voltado lá uma ou duas vezes em todos esses anos. Não chegou a saber mais nada de Luan, e a única coisa que sabia dele era que havia se mudado meses depois que se mudou para Nova York.

Ela então se sentou na varanda do quarto que repartia com a irmã, ficou observando o sol que vinha do horizonte passivamente, lembrou que um dia retornaria ao Brasil, mais em todos esses anos nunca voltou a pensar nessa possibilidade até agora.

- No que você está pensando? - Seus pensamentos foram interrompidos quando Isadora entrou no quarto enxugando os cabelos.

- Ah! em nada de muito importante. - Ela se levantou indo em direção a penteadeira.

- Nada de importante? - Ela não pareceu muito convencida. - A mim você não engana Bella, vai fala pra mim, no que você estava pensando?

- Em como a minha vida mudou tanto.

- Não.. Não entendi.

- Estava aqui pensando em como todos esses anos eu nunca cheguei a saber nada do Luan. Eu também nem sei se ele ainda se lembra de mim, se ainda se lembra de como sofreu ao nos separarmos quando crianças, se conseguiu realizar seus sonhos, se está bonito, se chegou a se tornar numa pessoa de bons princípios... - Ela então se caminhou para perto da janela e suspirou fundo.

- E eu nem sei o que te falar Bella, tenho medo que você algum dia chegue a se decepcionar com ele. Essas suas perguntas só podem ter alguma resposta quando você vê-lo depois de tanto tempo.

- E é isso que me deixa tão angustiada Isadora, não sei se ele se lembra de mim, se assim como eu, ele chegou a pensar no nosso reencontro algum dia, por que eu prometi pra ele que voltaria algum dia.

- Mas você já se passaram 15 anos, e até agora você não voltou, ainda pensa em voltar?

- Sinceramente, não sei. Nunca parei para pensar nessa possibilidade, tenho minha vida aqui e mudar ela de uma hora pra outra seria muita responsabilidade. - Ela se levantou e começou a organizar as coisas pois o dia seria longo.

- Então você não pode se culpar de tudo isso que aconteceu, foi o destino que quis assim, você não pode se culpar por tudo isso.

- Mas nunca quis vim pros Estados Unidos, e você mais do que ninguém sabe que sofri e ainda sofro muito por tudo isso que está acontecendo.


Isadora não disse mais nada. Ao ver a irmã tão aflita lhe invadiu vários tipos de dúvida, por um lado queria que ela voltasse ao Brasil e reencontrasse o grande amigo de infância. E por outro lado teve medo de que Luan não a reconhecesse mais. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Capitulo Dois


NP: Leandro e Leonardo - Não Aprendi dizer Adeus.

Alguns dias se passaram, e quando Isabella olhou para a janela, lembrou-se que quando o dia amanhecesse novamente não iria mais ver as pessoas que amavam, e o lugar que sempre viveu.

Detestava naquele momento não poder decidir entre ficar ou partir. Não estava nem um pouco animada em pegar o avião as três da tarde, e mesmo que estivesse não iria demonstrar para que não deixasse as pessoas que a adoram triste.

Não iriam levar nada, a casa grande e arejada em que sempre viveram iria ficar intacta, para quando alguém quisesse voltar para o Brasil e porém por outro lado uma nova mansão a estava esperando em Nova York.

Durante todo o dia não teve vontade de brincar, já estava a dois dias em ir a escola e sua matricula já havia sido transferida. Seus pertences já estavam em uma mala desde a noite anterior e não demonstrou em nenhum momento felicidade nenhuma por aquela mudança e seus pais perceberam isso desde o momento em que comunicaram essa partida. 

- Pensei que essa viagem iria te deixar mais animada. - Sua mãe se sentou numa poltrona que havia ao lado de sua cama, ela se manteve com os olhos na janela.

- Não é uma viagem mãe, iremos morar lá.

Quando somos obrigados a fazer algo contra nossa própria vontade, nos sentimos como se estivéssemos levado uma punhalada pelas costas, e naquele momento Isabella estava sentindo como se um punhal lhe atingisse por inteiro.

- Minha filha.. eu sei que você nunca irá entender tudo isso que está acontecendo, mais por outro lado achamos que será o melhor para todos nós, não podemos desapontar seu pai dessa maneira.

- Deveria ter dado a oportunidade da gente escolher. - Nesse momento, ela olhou nos olhos de sua mãe.

- Seu mundo é muito mais que tudo isso minha filha, e quando você chegar a  ser uma pessoa de sucesso, irá nos agradecer por ter tomado uma decisão como essa no seu lugar.

Embora daqui algumas horas isso tudo deixasse de ser seu mundo, Isabella demonstrou até os últimos minutos o quanto se sentia triste. Não dirigiu a palavra com seus pais e muito menos com sua irmã gêmea.

Para Luan o dia não foi diferente, não comeu quase nada o dia todo, não teve vontade de conversar com sua irmã e muito menos sair para brincar. E na escola nem para o recreio teve vontade de frequentar.

- Você não vai sair para se despedir de Isabella? - Com a voz serena e doce, sua mãe lhe aproximou dele com muita doçura.

- Não sei se quero ir no aeroporto mãe. - Sua voz quase não saiu, e as lágrimas rolaram levemente. - Hoje quando ela subir naquele avião, não irei mais vê-la, vai ser como se uma parte de mim fosse embora e não voltasse nunca mais.

- Não diga isso meu filho, Isabella sabe que mesmo que ela for pro outro lado do mundo você sempre se lembrará dela, e com a mesma certeza ela também lembrará de você.

- Você diz como se tudo fosse fácil. - Ele enxugou as lágrimas com as mãos.

- Luan, não é um adeus e muito menos uma despedida, ela só vai morar em Nova York, é claro que vocês não irão mais se ver todos os dias como antes, mas podem se ver nas férias, nos feriados, em festas comemorativas, e em outras momentos; tudo depende da importância e do significado que um representa para o outro,  por que quando se ama de verdade elas ficam pra sempre, aqui no coração.

Ela pegou sua mão dele com carinho e a levou até seu coração, o fazendo compreender que não importa quantos quilômetros ficassem distante, porque o que é verdadeiro nunca se vai para sempre. 

No relógio os ponteiros marcavam os últimos minutos que ainda restavam, Isabella se olhou no espelho mais uma vez antes de descer as escadas, e a única coisa que ela pegou além das malas, foi um porta retrato que mantinha ao lado de sua cama.

Uma foto que tirou com Luan alguns meses atrás, era essa foto que os manteriam unidos mesmo distantes por tantos e tantos anos. Da mesma forma que a noite  e o dia se mantinham unidos.

Despedir de tudo que acercava era difícil, por isso decidiu que não iria dar adeus ao seu melhor amigo. Fazer aquilo seria como se partissem seu coração em vários pedaços.

- Você está pronta Filha. - Seu pai entendeu seu sofrimento em meias palavras, e ela suspirou fundo antes de responder.

- Estou papai.

Ela então apanhou seu casaco e desceu as escadas antes de dar o último adeus aquele ambiente. Olhou nos seus pais não muitos satisfeitos e então entrou no carro. Pensou então no porque deles tomarem aquela decisão, sendo que tudo o que tinha ali eram suficiente para que suas vidas fossem perfeitas. Não conseguindo compreender desabou em choro silenciosamente.


As lagrimas rolaram por todo o caminho de sua antiga casa até o aeroporto, lembrou-se de todos os momentos felizes que teve com Luan, lembrou-se da despedida que sua antiga sala de aula fez pra ela dias atrás, e lembrou-se também de que amanhã não iria mais fazer os mesmo percursos de antes.

 O aeroporto estava muito movimentado, pessoas que vinham de outros países, e outras que voltavam para seu para a sua rotina, todas elas tinham seus corações despedaçados, uns por deixar as maravilhosas férias e a família, outras por voltarem e por ter deixado alguém muito especial e outras principalmente por se mudarem.  E no meio de todas elas se encontrava Isabella, com o coração completamente despedaçado.

Na sala de espera uma voz muito doce avisou o embarque de Nova York, que seria em dez minutos, seus pais pegaram as malas e se encaminhou para a fila, Isadora fez o mesmo e antes mesmo que Isabella pudesse dar seus passos ouviu uma voz a lhe chamar.

- Isabella.

Foi então que sentiu seu coração gritar de desespero e agonia, sentiu que o mundo pudesse terminar, antes mesmo que pudesse encarar aqueles olhos de anjo. Era ele. Ele que não possui asas mais era seu anjo, ele que não media esforços algum para lhe fazer sorrir, ele a que mais amava. ELE. Onde ela não poderia escolher entre ficar e partir.

- Luan.

Ele então veio correndo ao seu encontro e o abraço. Ali no meio daquela multidão, choraram justos por alguns segundos antes de se separarem.

- Pensei que não iria dar tempo... você iria embora sem se despedir de mim e eu.. Talvez nunca mais irei te ver novamente. - Ele suspirou fundo passando os dedos entre os olhos limpando a lagrimas.

- Você não sabe como é difícil ter que subir naquele avião Luan. Eu não podia fazer isso com você. Eu não podia me despedir de você porque isso torna tudo mais difícil. Você não entende.. talvez nunca irá entender.

- Eu entendo sim, e vou ficara aqui te esperando até o dia em que você irá retornar. Somos amigos lembra? E amigos ficam juntos até o fim.

Eles então se abraçaram novamente, enquanto milhares de olhares se direcionaram para eles, e quando se separam perceberam que os minutos estavam se esgotando.

 - Não importa pra onde você vai Bella, quem você conheça, se você namore ou se case, se faça novos amigos ou até mesmo decida a nunca mais voltar, sempre irei me lembrar de você. Sempre.

- Luan, eu quero que saiba de uma coisa, e que jamais se esqueça. - Ela suspirou fundo, segurou as suas mãos e começou a dizer. - "E se chegarem os momentos difíceis, traga a sua fé que eu te dou em troca o meu amor eterno. Se a vida te deixar pra trás, guarde consigo a certeza de que nunca estará sozinho. Se o mundo te fizer desistir de seus sonhos, pense no quanto és responsável pela realização dos meus sonhos e do quão longe você já chegou. Mas se um dia a multidão deixar de gritar teu nome, saiba que eu, mesmo sozinha, eu estarei na primeira fila, te vendo brilhar. cartasproluan".


Ao dizer isso Isabella deu-lhe seu ultimo adeus e subiu no avião. Enquanto Luan guardou consigo cada palavra de seus lábios, e mesmo sabendo que eram muito crianças, acreditou nas palavras dela, guardando consigo a certeza de que não haveria somente um único dia que não iria esperar o seu retorno. 

Serão Postado dois Capítulos por dia. Gostou do capítulo ? Deixe um comentário. Obg por tudo. Beijos ! 

Capitulo Um.

11 de março de 1998.
Osasco/São Paulo. Como tudo começou.

Era começo de Março e como de costume o verão deixava seus vestígios para que o outono enfim pudesse chegar. Sempre que uma estação deixava seu propósito para que uma outra pudesse prosseguir deixava não apenas suas marcas mais consigo as escolhas.

- Vou embora na semana que vem.

Ao dizer isso Isabella sentiu em suas palavras que sentiria mais falta daquele lugar do que chegou a imaginar. Saberia que a alegria de viver todos os dias naquele lugar estava chegando ao fim e isso a deixava triste. Não demoraria muito para que seus dias se transformariam em iguais. Não iria mais poder ver seu melhor amigo e nem conversara mais com ele a não ser por cartas, ou alguns telefonemas. 

- Você... - Ele se sentou-se ao seu lado tentando evitar que aquele momento havia chegado. - Você me avisou que iria embora no mês passado, mas não cheguei a pensar que seria tão rápido.

A dificuldade que sentiam para continuar aquela conversa era tão dolorosa quanto á se perder alguém em uma tarde de funeral. 

- O verão estão terminando.. as aulas em Nova York começam daqui a duas semanas e meus pais não querem que Isadora e a mim se atrasem no ano letivo.

- Mas.. vocês poderiam continuar aqui..

- Não é tão simples assim Luan.. Meu pai acabou de transferir sua filial de trabalho para trabalhar com os homens mais importantes de Nova York, eles tem que ir... E eles também querem a melhor educação possível para nós duas e para eles Nova York é o melhor para nós duas.

- Osasco também é o nobre para se viver.

- Ainda somos muito crianças para entender isso tudo, um dia teremos nossa família e nossos filhos.

- Nunca, levarei meus filhos para onde eles jamais queiram ir. - O silêncio transbordou entre eles e nenhum teve vontade de dizer mais nada. 

- Eu sei, que você não irá entender agora Luan.. Mas um dia quando você for adulto, vai perceber que nossos pais apenas querem nosso bem.

- Nunca irei entender o porque querem me separar de você. - Ele cruzou os braços em volta das pernas admirando alguns animais que brincavam no gramado.

- Quero que saiba que, quando eu subir naquele avião na semana que vem, não haverá um só único dia em que não vou desejar em voltar. - Ela então se manteve com a cabeça baixa desejando que esse dia jamais chegasse.

- Isso quer dizer que a gente não irá mais se ver? - Luan agora tentava olhar em seus olhos.

- Não quero que se esqueça de mim, será terrível se um dia eu chegar a retornar e saber que você já não se lembra mais de mim, porque mesmo que eu esteja do outro lado do mundo, minha amizade, meu carinho por você sempre estará aqui no meu coração. - Ela então começou a chorar e ele num gesto simples a abraçou.

- Isso jamais irá acontecer, e mesmo que chegue a acontecer, não duvide de que a nossa amizade é maior que qualquer distância. Pode passar, um dia, uma semana, um mês, um ano e depois alguns anos, irei sempre estar aqui te esperando.


Luan e Isabella temia que essas palavras algum dia jamais irá ser lembradas, para eles essa separação não era um "adeus". Eles viam um no outro um porto seguro e tudo que faziam desde os dois anos de idade era compartilhar tudo o que sentiam e pensavam. Quando Luan conheceu Isabella sabia que eles seriam amigos, e que a vida iriam sempre encarregar de uni-los mesmo quando as coisas estivessem mais difíceis.