Isabella passou o
dia todo perdida nos seus pensamentos e mal conseguiu se concentrar no
trabalho. A conversa com a irmã pela manhã a deixou muito confusa e com vários
tipos de pensamentos, mais se lembrou de que o amigo lhe falou antes de partir.
"Não importa pra onde você vai
Bella, quem você conheça, se você namore ou se case, se faça novos amigos ou
até mesmo decida a nunca mais voltar, sempre irei me lembrar de você.
Sempre."
Bella então pegou
um café e sentou na cadeira giratória, observou mais uma vez aquele mundo onde
viveu tantos anos e se perguntou mais uma vez se o caminho que tomou até hoje
era o certo a fazer. Sentia falta a muito tempo de ser ela mesma, de parar um
pouco daquela rotina tão louca que levava, de fazer atividades que deixasse seu
dia mais feliz, como sair com algumas amigas, sentar e fazer um piquenique a
beira de um lago, andar de bicicleta ou até mesmo de conversar e se sentir
livre com alguém que não lhe cobrasse e esperasse tanto dela.
A muito tempo Isabella
não se sentia feliz, quando começou a entender que a vida estava passando e que
a adolescência seria trocada por responsabilidade, abandonou o namoro que não
lhe fazia bem. Namorou apenas duas vezes e decidiu então que só voltaria a
namorar quando achasse realmente alguém que a fizesse se sentir ela mesma.
Quando decidiu a
profissão que tomaria optou por ser assessora de empresas, então o pai fez de
tudo para torná-la numa empresária. E mais tarde ela optou que trabalhasse com
novos talentos. Desde então financia os novos cantores e as mais belas e
talentosas modelos.
Porém a vontade
de voltar pro Brasil nunca a abandonou, sempre se lembrou de que um dia teria
que voltar mesmo seus pais nunca concordando. Estudou o Inglês, Espanhol,
Japonês, Francês e Italiano. Fez todos os tipos de viagens e sempre manteve
contato com a família que vivia no Brasil.
E pela manhã se
deparou com uma difícil decisão, aquela que mudaria a sua vida completamente.
Entre ficar ou partir.
- Posso entrar? -
Seus pensamentos distantes foram interrompidos quando alguém bateu na porta.
- Claro, entra
Paulo. - Ela sorriu.
Paulo notou que a
amiga não estava no seu melhor dia, mas notou que desde de o começo da semana
ela estava diferente, mas não teve coragem de perguntar qual o motivo que a
levava a ficar tão angustiada. Durante todo o dia notou que a pequena
empresária não estava bem, de manhã fez uma reunião muito rápida com os
funcionários, na hora do almoço pouco falou e agora a tarde não andou pela
empresa como costuma fazer todos os dias, porém decidiu que era a hora de
confrontar.
- Você precisa de
alguma coisa? - Ela foi bem rápida antes de assinar os últimos papéis e
entregar a ele.
- Na verdade
nada.
- Que bom, então
apressa a Maribel porque temos uma reunião com as modelos da próxima campanha.
- Claro! Farei
isso, mais antes gostaria de convidar você para conversar um pouco e tomar um
café, você está muito aflita.
- Mais tarde quem
sabe, agora anda com a reunião. - Ela não disse mais nada e ele se retirou.
Uma das personalidades
de Isabella, era que não gostava de conversas paralelas na hora do trabalho,
mesmo que fosse seus pais. Depois da reunião, encerrou seu dia de trabalho.
- Você está ai,
senhorita Cortelassi. - Ele sorriu, mais ela não correspondeu.
- Oi, Paulo.
- Bella, o que
você tem em? Ta muito estranha esses dias, não conversa com ninguém, está como
se estivesse deprimida. - Ele parecia muito preocupado. - Aceita tomar um
sorvete no parque, assim você possa me contar, sei La.
Ela aceitou. Ele
então a acompanhou até o carro e foram juntos até o parque mais perto que havia
na cidade, as pessoas estavam fazendo suas caminhas de todo fim de tarde,
levava seus animais para passear, outras colocavam a conversas paralelas em
dias e algumas crianças brincavam com seus pais e amigos.
Paulo foi até o
sorveteiro e pegou dois sorvetes. Isabella estava distraída observando dois
casais de jovens, mas não sabia distinguir se eram namorados ou apenas amigos,
mais o que mais lhe chamou atenção era que estavam felizes. De repente bateu
uma saudade e um vazia ao mesmo tempo que não lhe cabia no peito a fazendo
ficar mais mal ainda.
- Aqui está,
abacaxi ao leite com cobertura de chocolate do jeitinho que você gosta. - Ele
lhe entregou sorrindo.
- Obrigada. - Ela
sorriu.
-Isabella, acho
que deveríamos continuar aquela conversa que começamos na empresa.
- Claro o que
você quer saber. - Ela suspirou não dando tanta importância.
- O que você tem?
Ultimamente você está muito distante, muito estranha como se não te interessasse
em nada o que você tem ao seu redor. O que está acontecendo de verdade? Conta
pra mim. - Ele segurou sua mão, e naquele momento ela soube que já era hora de
contar o grande segredo que escondia a anos.
- Eu..
- Você?
- Eu vou voltar
para o Brasil!
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