segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Capitulo dezenove.

Isabella Narrando.

Eu fiquei tão decepcionada comigo mesmo depois daquele encontro com o Luan, que nem sequer tive coragem de contar pra mais ninguém a não ser a minha irmã. Eu gostava e confiava no Paulo, mas ele seria o primeiro a me criticar e dizer que havia me avisado ou se não ele iria me criticar dizendo: “valeu a pena você fazer tudo isso por ele?”, mesmo que ele tivesse razão eu não iria admitir e pra mim todas as escolhas que o envolvia valia sempre a pena.

Os dias passaram e foram tão naturais e vazios. Na vida profissional cada dia que passava tudo valia a pena, mas na minha vida pessoal parecia que o sinal avia fechado e se esquecido de abrir. Eu estou a quinze anos parados no mesmo lugar esperando o sinal abrir para que possa seguir em frente, mas mesmo assim ele continua a me castigar.

Hoje eu resolvi deixar o trabalho mais cedo e ir para casa descansar, mas depois da conversa com minha irmã minutos atrás eu desejei não ter largo o expediente mais cedo e voltado para casa. E sabe por quê? Porque ela me falou dele, e toda vez que alguém menciona o seu nome, mas ferido meu coração fica, como uma cicatriz grande que se abriu e nunca mais se curou.

Isadora havia sio muito dura comigo, e mesmo que suas palavras doessem eu sabia bem no fundo que ela estava certa, porque eu mudei toda a minha vida por ele, foi por ele que vivi na esperança de reencontrar, de fazer tudo valer a pena novamente, eu tinha que superar esse acontecimento desagradável e ir até aquele jantar, porque mesmo que ele não tivesse me reconhecido, a família dele estava me esperando ansiosos para me reencontrar.

Além disso, o Luan não era meu único amigo naquela casa, a Bruna também é uma parte muito bonita de mim, e sem duvidas também sentia muitas saudades dela e de suas brincadeiras malucas. Sentia falta de seus pais eles deveriam estar ansiosos para me ver e por ele eu deveria superar tudo e ir até lá, mesmo que fosse por pouquíssimas horas.

Depois de tanto pensar, decidi que iria nesse jantar, talvez eu não me divertisse bastante e também tivesse a oportunidade de reencontra-lo, assim poderíamos conversar um pouco e esclarecer o mal entendido, ou também ele poderia continuar distante e sem me reconhecer, isso fez meu coração se entristecer. Tomei um banho e minutos depois estava dentro de uma saia e uma camiseta de manga, fiz uma maquiagem bem simples, somente para tampar as olheiras do dia a dia, e coloquei uma sapatilha para que meus pés pudessem descansar depois de um dia longo em cima de um salto alto. Soltei meus cabelos negros e cacheados e finalmente estava pronta.

Peguei uma bolsa, e desci a escada não muito contente, mas estava decidida a ir, mesmo que fosse para agradar minha irmã. Todos me aguardavam na sala, e em silencio fomos para o carro. Paulo e Isadora estavam lindos, meus pais bem elegantes e eu a mais simples de todos eles. A Casa do Luan não era muito distante já que morávamos no mesmo condomínio. Fiquei em silencio pensando em como eles estariam a nos esperar, enquanto no carro todos riam e gargalhavam por um motivo desconhecido.

- Fico feliz que você tenha mudado de ideia. – Uma voz chamou a minha atenção, e era minha irmã que sorria ao meu lado.

- Eu não tive escolha! – Sussurrei.

- Você teve todos os motivos do mundo, mas seu coração luta mais do que você mesma. – Ela me deu um leve beijo na testa. – Tudo será diferente, acredite.

- Eu acho que mesmo que eu tente, já não sei mais lutar contra ele. – Sorri para ela que pareceu satisfeita com minha resposta.

Passei o resto do caminho em silencio e quando chegamos, meu coração acelerou como se quisesse sair pela boca. Finalmente depois de tantos anos eu iria revê-los, mal sabem eles que senti tanta saudade, que sempre rezei para que eles conquistassem seus sonhos e Deus com todo seu amor celestial, nunca abandonou minhas preces.

A casa deles era linda, a decoração era perfeita e eles continuavam como sempre, humildes, acolhedores e muito simpáticos. Marizete e Amarildo continuavam os mesmo, dóceis e acolhedores, os abracei com a mais oura saudade e alegria que meu coração transmitiu. E a Bruna continuava ainda mais linda do que quando era criança, um doce de menina.

Ele também estava lá, e acompanhado de uma garota muito bonita e fina. Ele me cumprimentou meio sem graça, talvez por ter se lembrado do nosso ultimo encontro, e logo depois ele me apresentou sua namorada que por sinal também era muito educada e doce.

Sentamo-nos na sala para conversar enquanto nossos pais tomavam um drink na cozinha, nossas mães pareciam que nunca se separaram e Bruna, Isadora, Paulo e Luan se intendiam perfeitamente. Eu estava parecendo um verdadeiro peixe fora d’ água, aquela reunião estava muito sem graça e depois de tanto admirar o modo como ele sorria como passava a mão pelos cabelos e mastigava um chiclete, me cansei e olhei para a Isadora, que parecia saber o que iria dizer.

- Vou tomar um pouco de ar. – Falei baixinho somente para ela ouvir.

- Está bem.. Mas não demora, porque daqui a pouco vão servir o jantar.  

 Concordei com ela e me levantei sem ninguém perceber  e  sai para fora para tomar um pouco de ar, andei tanto que quando percebi estava em um parquinho sentada em um dos bancos admirando a Lua. Eu desejei que naquele momento tudo fosse diferente e que eu e o Luan estivéssemos tão unidos quantas crianças, mas não era bem assim que as coisas percorriam...


Já fazia tanto tempo que eu estava ali que nem percebi o tempo passar, eu pensei em tanta coisa e meu coração estava tão confuso de decepcionado que comecei a horar e me queixar da vida, eu queria desaparecer, queria que tudo fosse diferente e tristeza que me tomava corria em forma de lagrimas, até que passei as mãos rapidamente pelo rosto, porque alguém se aproximava, e mal sabia eu naquele momento que era a pessoa mais importante da minha vida. 

domingo, 10 de agosto de 2014

Capitulo Dezoito.

Luan Narrando.

Eu sinceramente nem sei por onde começar, mas acho que vocês devem estar esperando que lhes conte bem resumidamente tudo que aconteceu desde que a Isabella foi embora não é mesmo?

Bom, há quinze anos quando eu vi a minha melhor amiga subir em um avião, a onde eu não poderia fazer nada para impedir que aquilo acontecesse, eu me senti a criança mais infeliz do mundo, primeiro por que não estava encontrando solução alguma para tentar realizar meus sonhos e o segundo porque uma das pessoas mais importantes da minha vida havia ido embora.

Naquela semana eu não comia direito, não saia para brincar e nem com minha irmã eu queria conversa. Na escola tudo estava chato e sem graça e quando eu voltava, eu não fazia outra coisa a não ser ficar trancado o dia todo no meu quarto deitado na cama como se o mundo tivesse perdido totalmente o sentido, como se não valesse mais a pena viver.

Passei praticamente dois anos da minha vida neste ritmo, e quando a adolescência chegou eu descobri que havia acontecido mais coisas nos últimos anos do que eu esperava que acontecesse.  Eu havia me mudado de lá, e já tinha feitos novas amizades, mais ao longo do tempo e dos dias, nunca encontrei ninguém que eu pude contar de verdade tudo que eu gostaria de compartilhar com a Isabella. Na verdade a única que eu me sentia bem de verdade era coma Bruna que sempre foi a melhor pessoa do mundo além de uma irmã maravilhosa, sempre foi a melhor amiga que eu precisei.  

Pra não pensar em besteiras , me agarrei na certeza de que algum dia ela voltaria assim como ela havia me prometido, então comecei a não pensar tanto e pra compensar sua ausência comecei a correr atrás do meu sonho e quando finalmente comecei a realiza-lo lhe escrevi a minha primeira carta, e junto com ela veio mais trezentas e sessenta e cinco cartas, uma para cada dia do ano.

A Bruna havia conseguido seu endereço e as enviava uma a cada dia, sempre na esperança de que eu receberia uma resposta, mas nunca obtive nenhuma. Nelas eu contava tudo o que havia me acontecido durante os anos, lhe conte como eu estava e havia mudado e amadurecido, como eu sentia a sua falta e como eu havia mudado fisicamente. Nas cartas eu lhe contei quando perdi o BV e a virgindade, lhe contei sobre minhas namoradas e também tudo sobre minha carreira de cantor. Também lhe contei a emoção que senti quando comprei a primeira casa com meu próprio dinheiro pros meus pais viverem, e qual a sensação maravilhosa que senti quando a musica meteoro explodiu e a emoção que senti quando a ouvi tocar pela primeira vez. Nunca ocultei nenhum fato, e nunca escondi nada dela, para mim ela sempre seria a minha melhor amiga, aquela que eu amaria para sempre. Eu me agarrava na esperança de que ela compartilhasse sua vida comigo, mais nunca recebi nenhuma resposta.

Mas os anos foram passando e quando eu completei dezoitos anos, olhei para o céu naquela noite e deixei que ela vivesse em paz, por que se não deu noticias desde que se mudou, era sinal de que nem de mim se lembrava mais, e uma altura dessas ela estava compartilhando seus melhores sorrisos com alguém que não seria eu. Naquele dia eu escrevi minha ultima carta e nela eu dizia que sentia muito mais que já não poderia esperar mais, e que eu tinha que continuar vivendo, e naquela mesma noite eu dei seu nome a uma estrela, assim como eu fiz quando era criança.

E na manhã seguinte eu enviei a carta e segui minha vida, na saudade, com esperança, sentindo sua falta, mas mesmo assim levantei a cabeça e segui em frente. Hoje de manhã quando acordei, me lembrei que seu aniversario estava mais próximo, e senti sua presença e imaginei que aos vinte três anos eu tivesse enlouquecendo.

Era meu ultimo trabalho no Rio de Janeiro e depois disso voltaria para casa. Mas pela manhã eu tive uma inexplicável surpresa, eu a vi depois de quinze anos e confesso que fiquei tão sem palavras, sem reação alguma, e me veio naquele momento a nossas imagens naquele aeroporto em um fim de tarde, onde eu passei os quinze anos da minha vida sem ter noticia alguma dela.

Eu passei o dia todo me perguntando por que não havia reconhecido ela, eu pensei que quando a revesse eu seria a pessoa mais fez e completa do mundo, mas não foi assim que aconteceu. A Jade minha namorada percebeu a minha distração e ficou dia todo me fazendo perguntas, mas eu não quis preocupa-la, até mesmo por que eu nunca havia lhe falado nada sobre a Isabella durante o tempo que estamos juntos.

Eu voltei para casa no fim do meu trabalho e a Jade foi visitar os pais em Maringá. Em casa eu mal conversava na hora do jantar, e também não quis ver nenhum filme. Sentei-me na cama minutos depois e quando eu estava tentando reorganizar o pensamento, alguém bateu na porta me distraindo, e por surpresa muito agradável era a Bruna que me trazia um copo de leite.

- Oi. – ela sorriu tão meiga e sentou ao meu lado. – Eu lhe trouxe um copo de leite.. já que você mal comeu no jantar. – Ela entregou o copo e eu agradeci.

- Obrigado por se preocupar comigo. – Tombei a cabeça de lado mostrando um sorrisinho.

- Você sabe que sempre me preocupo ne pi, agora não seria diferente. – Ela sorriu me mostrando mais aliviada. – Posso te fazer um comentário.

- Pode piroca. – Sorri imaginando o que seria.

- Sabe pi, desde que você chegou, eu estou te achando meio pra baixo, como se estivesse desanimado, e se tivesse alguma coisa te preocupando. Você diz que esta tudo bem, mas no meu coração eu sinto que alguma coisa aconteceu... mesmo que você diga que não e disfarce para que a Mãe e o pai não perceba, eu sei que aconteceu alguma coisa que esta te deixando assim. – Ela segurou minha mão e forçou um sorriso.

- Você me conhece melhor do que ninguém.. – Olhei pra ela que aguardava uma resposta. – É que hoje foi um dia cheio e longo, e aconteceu uma coisa que eu não sei se acredito ou finjo que nada aconteceu.. eu não encontro um sentimento que me faça decifrar o que estou sentindo neste momento. – Olhei pra ela e abaixei a cabeça.

- Você quer me contar o que houve. – Ela sussurrou e naquele momento eu soube que tinha que compartilhar isto com alguém, e ela era a pessoa mais indicada pra isso.

- A Isabella voltou! – Sussurrei em meias palavras.

- Como? – Ela perguntou, parecendo não acreditar no que escutava.

- A Isabella voltou para o Brasil. – Sussurrei.

- E você me diz isso nesta tranquilidade. – Ela soltou minha mão se levantando incrédula. – Eu pensei que você iria pular de alegria quando esse dia chegasse, e você e diz isso assim nesta tranquilidade.

- Eu pensei que ela.. não iria voltar mais.. que havia me esquecido e hoje ela demostrou que ela levou muito a serio na nossa promessa. – Disse meio alterado.

- E você não levou? Luan você esperou por ela a vida toda... passou quinze anos na esperança de vê-la e agora você diz assim que a viu, como se não fosse importante. – Ela passou as mãos pelos cabelos loiros, suspirou e continuou. – Quando ela voltou? Como você a encontrou? Como ela está? Conta-me tudo.

- Eu não sei quando ela voltou e nem a onde esta morando. Encontramo-nos por acaso e quando eu entrava no hotel e ela parecia estar atrasada para uma reunião, porque se vestia muito bem. – Pausei e suspirei por que quando ela soubesse o que aconteceu, me daria um sermão. – Eu não a reconheci... e ela porém estava tão feliz em me ver... depois eu vi sua decepção em seus olhos e eu queria na verdade encontrar um buraco e me jogar dentro.

- Pera...pera ai.. você não a reconheceu? – Ela se sentou em uma poltrona. – Luan tem ideia o quanto ela se sentiu mal? Vocês eram tudo um para o outro e não é fácil saber que o seu melhor amigo nem se lembra mais dela. Luan você... você é um besta mesmo. – Ela disse sem se arrepender de nada.

- Eu sou besta por quê? Por que não a reconheci? Porque eu fui um idiota me iludindo que seriamos amigos para sempre e por que ela nunca me telefonou? nunca me mandou uma mensagem ou uma única carta? – A tristeza era nítida em seu olhar. – Ela não sabe o quanto senti sua falta.. o quanto precisei de um conselho ou um abraço.. ela nunca se importou.

- Talvez você esteja enganado Luan.. você ainda sente muita falta dela.. ela ainda é sua melhor amiga mesmo que tente negar.. por dentro você esta pulando de alegria por saber que ela esta de volta. Você só não quer admitir pra si mesmo que está volta será um grande recomeço. – Ela sorriu, e percebeu que em mim ainda havia muitas duvidas. – Quer um conselho? – Ela perguntou esperançosa.

- Quero! – Sussurrei.

- Esqueça tudo que passou e enterre o passado. Tenta reencontrar essa Isabella que você chorou quando soube que ela seria levada para longe de você.. Procurei reencontrar em vocês o que foi interrompido naquele dia, e procure em vocês a verdadeiro significado de nunca terem esquecido um ao outro. Vocês se sentiram muito melhor quando conversarem e esclarecerem o que aconteceu quando vocês se separaram e porque nunca conseguiram se comunicar.. – Ela se sentou ao meu lado e me abraçou.

- Você acha mesmo que eu tenho que fazer isso? – Perguntei meio inseguro.

- Você ira descobrir a resposta se tentar. – Ela deu um leve sorriso em seu rosto. – Como ela é? – Perguntou curiosa e sorridente.

- É a mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida!

Abri um sorriso grande e largo ao me lembrar de nosso reencontro, apesar da tensão naquele momento, ela era a mulher mais linda que já vi em todos esses anos e confesso que meu coração quase saiu pela boca quando ela me disse seu nome. Talvez a Bruna tivesse razão, se ternarmos nos reencontrar, talvez pudéssemos recuperar tudo o que nos foi tirado quando crianças e talvez esses seria o momento para começar tudo do zero.. Dar um novo sentido para nossa historia...


Votem na enquete e comentem para o proximo capitulo! Beijos

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Capitulo Dezessete.

Quando peguei aquela revista nas mãos senti que meu mundo virar pelo avesso, na verdade eu esperava que ela me disse que não havia encontrado nada sobre ele que eu iria ficar feliz, mas bobagem a que eu queria enganar, a mim mesmo?  Mas mesmo que eu quisesse nem a mim eu conseguia engana. Ao invés de sorrir eu me senti como um lixo, porque ele me tratou como se nunca estivesse me visto na vida e isso machucou muito, magoou mais que qualquer outra coisa.

- Ah... ah onde você encontrou isso? – Perguntei me levantando e colocando a revista em cima da cama e tentando conter o choro que estava cravado na garganta. 

- Estava andando pela rua e passei em frente a uma banca...e veja só! – Ela disse em pausas. - Eu o vi em primeira pagina.

- Eu te agradeço muito ... mas não quero ver esta revista. – Entrei no banheiro e desta vez ela não entendeu a minha reação. – Desfaça dela por favor. – Pedi sem pensar em mais nada.

- Mas por quê? – Ela perguntou sem entender nada. – Ah dois dias você saiu daqui se sentindo muito mal por não saber nada dele... a dois dias você estava chorando feito uma louca por saber que já faz mais de quinze anos que não o vê e agora você reage assim? – Ela pergunto tão incrédula, e desta vez não estava entendendo mais nada. – Eu pensei que você ia pular de alegria, quando eu te mostrasse esta revista... e não foi isso que aconteceu. – Desta vez e a pegou a revista e encarou a porta com a esperança que eu saísse.

- Por que ele não me reconheceu... – Disse baixinho e ela se surpreendeu.

- Como? – Ela perguntou num impulso e eu a encarrei. – Você e o Luan já se encontraram? – Ela se sentou. 

– Agora eu não entendi mais nada.

- Hoje de manhã... – Suspirei fundo e me sentei na poltrona que havia perto da janela. – Hoje de manhã quando eu estava saindo da recepção do hotel a gente se encontrou, e quando ele me viu.. ele nem me reconheceu. – Pausei em segundos, como ela não disse nada, eu continuei. – Ele me tratou friamente e perguntou com quem estava falando... parecia que a gente nunca tinha se visto antes e foi a passagem mais horrível que já me aconteceu. – Olhei pra ela com o olhar desapontado.

- Mas vai ver que ele não te reconheceu por causa da claridade...

- É pode ser... – disse desapontadamente.

- A mais não fica assim, você sabe como o Luan é lerdo... ele deve ter ficado surpreso, porque você mudou muito... já faz muitos anos que vocês não se vê e ele deve ter ficado surpreso. – Ela tentava me animar.

- É pode ser... – eu a olhei e mantive minha performance. – Ele também esta muito diferente.. muito diferente.  

- E como ele é? – Ela perguntou curiosa.

- É o homem mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. – Olhei pra ela e sorri

- Você senti muita falta dele ne? – ela tocou minha mão.

- Isso não me importa mais.. Porque nem sei se somos mais melhores amigos e ele já nem sente mais a falta dele...

Cortei o assunto antes mesmo que ela fizesse mais perguntas e eu não iria ter as palavras certas para lhe responder. Tomei um banho bem quente e vesti meu pijama, me deitei sem jantar e pra falar a verdade não sentia fome desde quando eu vi o Luan naquele hotel.

As semanas passaram e junto comigo a certeza de que tudo havia mudado, não toquei mais no assunto do que havia me acontecido e minha irmã mesmo que eu tentasse fingir, percebia o quanto eu estava mal. Também não comentei com o Paulo, porque ele teria a oportunidade de jogar na minha cara um “eu te avisei”, e doeriam muito mais ao lembrar que já não significo mais na pra ele.

Três semanas depois, minha empresa havia acabado de fechar muitos contratos e feitos mais de vinte comerciais e tudo estava indo muito bem, e a quanto a mim.. tinha dias que eu chorava em silencio e outros eu tentava esquecer, mas como esquecer sendo que vivi com essas recordações há mais de quinze anos e hoje já não poderia desfazer delas assim, do dia para a noite.

- Como foi seu dia hoje? – Minha irmã perguntava, enquanto escolhia uma roupa bem elegante, até parecia que iria sair a noite.

- Bem.. um pouco cansativo, mais foi bem. E o seu?

- Ótimo, melhor agora que vamos jantar na casa da Bruna. – Ela sorriu.

- Como? ... – Cuspi todo o suco de laranja fora.

- A Bruna, irmã do Luan.. seus pais convidaram a gente para um jantar na sua casa deles esta noite.. e todos iremos. – Ela disse muito animada e meio constrangida. – Inclusive você!

- Não..não..não.. vocês estão malucos! – Disse nervosa. -  Eu não irei de jeito nenhum.

- Mas porque? – Ela disse largando as roupas e se sentando. – Você vai se diverti, matar a saudade de todos eles... e a Bruna esta louca pra te ver, já que não te viu ainda desde que nos reencontramos.

- Não irei e pronto.. – Me neguei a aceitar, mesmo morrendo de vontade de ver o Luan novamente. – Inventa algo, diz que estou cansada, peça desculpas por mim... não vou e não há quem me faça mudar de ideia.

- Desculpa, mas você terá que ir.. ou já se esqueceu de que foi por eles que você voltou? – Ela disse me lembrando de tudo. – Ou já se esqueceu da grande mudança que fez? Sei que esta magoada, mas tem que saber levar a vida em diante.. É seu melhor amigo e não qualquer pessoa ... De uma segunda chance, para que ele poça te dar uma boa explicação sobre o outro dia, sobre o que aconteceu naquele hotel. – Ela deu uma pausa, como não respondi, ela prosseguiu. – São por eles que você voltou, e são por eles que você veio não é? – Assenti com a cabeça fazendo um “sim” e ela prosseguiu. - São eles que te faz feliz.. . Eles também sentem sua falta e sente saudades de você... Vai até la e deixa ele te explicar o porque dele não te 
reconhecer... te garanto que ele mais que ninguém esta ansioso para te ver de novo.

- Não sei não..

- Você sabe, e alguma coisa dentro de você diz que tenho razão. Pensa bem.. – Ela sorriu e antes de sair prosseguiu em dizer suas ultimas palavra. – Será um bom momento para começarem de onde tudo parou.. vão se reencontrar quando tudo era “vocês”  - ela desenhou as aspas. – vocês e ninguém mais...


Fiquei pensando em tudo que ela disse e odiava concordar que ela tinha razão. Desde que soube que eles se mudaram para o mesmo condomínio que a minha família eu não os vi. Sei que se reencontraram e que já ate saíram juntos, mas estava tão ocupada que nem tive o prazer de revê-los. E Hoje estava sendo convidada para um jantar... mas o que eu menos queria era me decepcionar novamente...mas ao mesmo tempo queria revê-los.. queria matar a saudade, principalmente daquele que tem sido meu ponto fraco, há mais de quinze anos. 

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Capitulo Dezesseis.


- Luan?

Dias atrás eu estava chorando nos braços de minha irmã, enquanto ela me dava um sermão por eu ter fugido do trabalho sem dar satisfação alguma. Eu lhe disse como me sentia, assim como todas as vezes que me queixei por ter ido embora do Brasil. Havia me queixado também de nunca ter recebido uma mensagem, um cartão postal ou uma carta à vez do ano.

Eu perdi o contato completamente quando minha mãe naquela época tocou todos os telefones, e com eles os registros do celular. Passei quinze anos da minha vida chorando dia após dia, meses após meses e anos após anos. E hoje ao vê-lo na minha frente é como se todos os  sofrimentos que passei e toa a saudade que eu sentia por não velo se transformasse em sorrisos. E naquele momento depois de anos eu soube que a felicidade sempre esteve ao meu lado.

- Desculpe... mas a gente se conhece? – Ele sussurrou surpreso.

Naquele momento senti meu coração se quebrar em mil pedaços como se a vida estivesse me castigando mais uma vez. Como se tudo e todos estivesse me jogar na cara “eu te avisei”, como se todos as palavras do Paulo tivesse fazendo sentido, e como se eu tivesse mudado a vida dentro de semanas em vão.

- Sim... – Disse desfazendo aquele sorriso que minutos era o mais doce e sincero do mundo. – Sou Isabella Cortelassi.

- Ahh! – Exclamou ele surpreso mudando de expressão. – Não sei nem como não te reconheci. – Ele se aproximou me cumprimentando. – Bom eu tenho que ir, tenho uma entrevista na radio mais tarde.

- Claro! – Disse sem graça.

- A gente se vê. – Ele acenou e entrou no elevador.

Naquele momento senti meu mundo desmoronando, pensei que em todos esses anos o nosso encontro seria como aqueles de novela, que o rapaz esperaria pela sua amada e neste dia tudo teria valer a pena. Mas não foi assim, nada disso aconteceu. Pensei que esse seria o dia mais feliz da vida dele e da minha, e ele pareceu não se importar, estava tão perto e tão distante e ao mesmo tempo tão frio. Comportou-se como se eu não fosse nada na vida dele e como se nunca tivesse chorado naquele aeroporto suplicando para que eu não deixasse.

Senti-me tão desapontada, perdi o chão, perdi o rumo, não sabia o que pensar e nem o que dizer. Mas uma certeza eu tinha que da minha parte eu cumpri a minha promessa e não teria que me arrepender de nada, e eu sabia que isso poderia acontecer.

Segui rumo a reunião, e não consegui me concentrar muito, mesmo que isso fosse o mais importante naquele momento, o fato do Luan não ter me reconhecido mexeu muito comigo e eu naquele momento não queria ter vivido nada daquilo, tão pouco me lembrar. A reunião foi um sucesso e duas horas depois eu estava no mesmo hotel com ele, com a diferença que meu coração estava desapontado e o dele sem ressentimento algum.

Arrumei minha mala, almocei e esperei a hora passar olhando da janela. Vi muitas pessoas felizes e desejei naquele momento ser uma delas, pareciam que não tinha problemas e que suas vidas eram perfeitas, enquanto a minha acontecia uma decepção de minutos em minutos.  Então limpei o resto das lagrimas que ainda me restava e peguei minha mala. Segundos depois paguei a conta no hotel e fui direto pro aeroporto, sei que ainda faltava uma hora, mais ficar no mesmo lugar que ele me fazia me sentir pior do que já estava... talvez longe eu me sentiria um pouco mais tranquila.


Comprei um suco e na sala de embarque esperava anunciar o próximo voo. Chorei um pouco em silencio e meia hora depois anunciou meu voo. Sentei-me em um lugar confortável e tentar relaxar, dormi quase a viagem toda e quando finamente cheguei em São Paulo, queria apenas minha irmã e seu colo para que eu pudesse desabar.

Meus pais e minha irmã foram me apanhar no aeroporto, tentei ser o mais natural possível e dois dias foram o suficiente para sentir saudade. No caminho contei a eles super animada tudo o que havia me acontecido, mas ocultei o fato de ter encontrado o Luan.

Em casa minha irmã estava deitada na cama me contando tudo o que tinha acontecido e sorriu feita boba por minhas conquistas. Contou como ela e Paulo se divertiram e como as coisas estavam indo bem, senti uma felicidade enorme dentro de mim, por que pelo menos ela estava sendo feliz em anos, enquanto a mim se afundando cada vez mais.

- Estou sendo muito egoísta com você contando tudo de bom que me aconteceu nesses dias enquanto você está tão triste. – Ela disse se levantando e caminhando perto da penteadeira.

- Não Isadora... tudo bem.. pelo menos você esta feliz, e fico contente com isso.

- E você também vai ficar quando eu lhe mostrar uma Coisa que encontrei passeando pelas ruas de São Paulo. – Ela sorriu

- O que? – Perguntei sentindo ser algo diferente que tirasse toda aquela tensão que estava dentro de mim 
desde quando vi o Luan.

- Veja você mesmo.

Ela me entregou uma revista e meu sorriso se desfez naquele momento. Era inacreditável. Ele havia realizado seu sonho e se tornado tudo aquilo que desejava quando era criança, estava mais lindo do que nunca na capa da revista e eu senti meu coração disparar, mais não sei em que sentido, por que o destino nos unia mesmo quando tudo parecia estar perdido, e na revista a manchete principal se destacava da seguinte forma. “ Luan Santana acaba de se mudar para Alphaville com sua Família”.  Não sei se naquele momento eu sorria, ou chorava por ter acontecido tudo aquilo pela manhã, e por esta revista que o trazia pra mais perto de mim...

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Capitulo Quinze.


Quarenta e cinco minutos depois eu estava no aeroporto do Rio de Janeiro, peguei um taxi para diretamente para o hotel me hospedar. Minha primeira reunião estava marcada para as duas da tarde, e neste período queria aproveitar para passear na praia, tomar um banho e descansar um pouco.

As onze e meia, sai para passear na praia e matar a saudade daquele lugar que eu tanto amava, tudo estava completamente igual desde quando fui embora, parece que naquele lugar os anos nunca se passaram, tudo estava exatamente igual, como eu me lembrava. Meu celular tocou segundos depois de estar tão distraída com pensamentos bem distantes dali. Era minha irmã querendo sabe como eu havia chegado e o que eu estava achando do Rio de Janeiro. Ela como sempre muito atenciosa comigo. Quando perguntei se ela já havia encontrado alguma pista sobre o Luan, ela não me deu detalhes e preferiu deixar em singelo. 

Conversamos mais um pouco e logo depois ela desligou, pois estava muito ocupada com o Paulo, tudo para que a empresa ficasse bem na minha ausência.De longe eu estava torcendo para que ele percebesse o quanto ela era maravilhosa, nesses dias que eu não estaria por perto. Voltei para o hotel uma hora depois e tomei um banho bem gelado, coloquei uma roupa bem social e resolvi chegar mais cedo para não causar mal impressão com atrasos, para mim aquela reunião era mais importante que qualquer outra coisa no momento.

Educadamente pedi para que a recepcionista do hotel anotasse todas as ligações causo alguém me procurasse, e muito gentilmente ela me tranquilizou dizendo que anotaria todos. As duas horas em ponto eu já estava na sala de reuniões com todos os presidentes e sócios daquela grande empresa. Fiquei tão surpresa quando eles me disseram que já conheciam meu trabalho no exterior e que queriam fechar um contrato com minha empresa.  Também comentaram que o comercial da semana foi o mais comentado durante dois dias, e que fazíamos um trabalho espetacular.

A reunião foi um sucesso. Cheguei no hotel por volta das seis da tarde totalmente exausta, e naquele momento eu estava tão feliz com meu sucesso profissional, que me senti completamente realizada com meu esforço. Tudo que eu sonhava de criança esta se tornando realidade, e eu gostaria tanto de dividir este momento com o Luan, me lembro que ele era o principal motivo por eu ser que sou Hoje.

Flash Black on

- O que você vai querer ser quando crescer? – Perguntei toda entusiasmada.

- Quero ser cantor... e se não poder realizar esse sonho pelo qual luto tanto.. serei biólogo. – Ele me disse 
enquanto se sentava perto de mim. – E você?

- Quero ser uma grande empresaria, quero ter uma empresa famosa onde modelos e cantores possam realizar seus sonhos e trabalhar profissionalmente levando alegria para aqueles que esqueceram como sorrir... – Olhei pra ele que se surpreendeu com minhas palavras.

- Quero estar ao seu lado quando tudo isso acontecer!

- E você vai estar...

Flash Black Of

 Quando terminei de tomar banho e pedir meu jantar no quarto de hotel, comecei a checar meus recados e nada era importante, não naquele momento. Então resolvi ligar para minha irmã que me atendeu no segundo toque.  

- Nossa você é um sucesso, tenho muito orgulho de você! De tudo que você é e de tudo que você se tornou ao longo do tempo.

- Deve tudo isso ao você e meus pais que sempre acreditaram em mim e me motivaram a realizar meu sonho.

- Sempre irei acreditar em você..

- E eu em você. – Sorrimos juntas.

- Quando voltar tenho uma surpresa pra você. – Ela disse em tom misterioso.

- O que é maninha? – Perguntei sentindo uma pontada de esperança em meu coração.

- Surpresa! E você vai adorar. – Ela sorriu. – Agora vou desligar por que tenho umas coisas pra fazer e a noite Paulo e eu iremos pegar um balada, Beijos, se cuida e te amo demais.

- Também te amo muito.

Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa, ela desligou. Dormi cedo naquela noite, não pensei em nada que pudesse me deprimir ou tirar meu sono. Pela manhã quando acordei, tome café da manhã, tomei um banho e chequei meus e-mails, fiz alguns telefonemas para verificar se a empresa estava bem e também comprei uma passagem para três horas da tarde, queria ir embora ao mesmo dia, á sentia saudades de casa e de todos.

Peguei minha bolsa meia hora depois, as nove seria a ultima reunião e não poderia me atrasar. Peguei o elevador e minutos depois estava na recepção do hotel, pedi pra a recepcionista novamente que anotasse todos os meus recados e ela mais uma vez me atendeu com muito carisma.

Quando me virei rumo a saída algo inacreditável aconteceu, era uma rapaz com um boné virado para trás, vinha mexendo no seu aparelho celular e minutos depois se virou para tras para esperar uma garota loira. Ela era muito linda e tinha o sorriso lindo. Ele com aquele jeito meigo de mastigar um chiclete e de sorrir.

E falava em meios sorrisos,e era um sorriso muito familiar, como eu conhecia aquele sorriso, poderia passar anos, mais eu sempre o reconheceria, ele ainda estava mais lindo do que eu me lembrava, tinha um jeito de menino e cumprimentava todos que o olhava, parecia ser alguém muito famoso. Uma celebridade!

Muitas garotas choravam e pediam por uma foto e diziam que o amavam, a garota ao lado parecia ser sua namorada. Havia dois seguranças que o ajudavam a tirar foto e a cumprimentar todas as garotas, e minutos depois ele se irou sorrindo e conversando. E quando ele passou a mão pelos cabelos e tirando o boné e o óculos que usava eu soube naquele momento que era ele!

- Luan!


E naquele momento ele se virou, se virou em minha direção e ficou a me observar. Eu não consegui conterá emoção de reencontra-lo depois de tantos anos e sorri naquele momento feito uma criança que ganhava um doce em uma noite de natal. Naquela hora tive vontade de chorar, mas me segurei, fiquei parada olhando para ele que ficou sem reação nenhuma ao me olhar, parecia que estava tentando raciocinar ou não estava acreditando no que via em sua frente, e naquele momento senti que a minha volta não teria sendo em vão... 

domingo, 3 de agosto de 2014

Capitulo Catorze.

O Final de semana foi muito curto e rápido, mais ainda deu tempo de assistir um filme no shopping do cinema de São Paulo. Na Segunda-Feira pela manhã, trabalhei o dia todo e meu tempo ficou todo ocupado com os trabalhos da empresa estávamos trabalhando em um comercial muito importante e as garotas do comercial tinha que ter nossa atenção o tempo todo para que nada saísse errado. Finalmente acabou tudo dando certo.

A Noite jantei com meus pais, Isadora e o Paulo, e enquanto eles conversavam e ria o jantar todo, meus pensamentos estavam distantes, e apenas pensava nele. Depois do Jantar Isadora me contou sobre o dia dela, e o que havia achado sobre o novo comercial e a próxima campanha que iriamos trabalhar, enquanto ela me fala super ansiosa todos os detalhes eu arrumava a minha mala, apenas o necessário para dois dias.

- Reservei seu Hotel e o mais luxuoso e caro de Copacabana. – Ela sorriu.

- Nem precisava deste conforto todo viu. – Sorri para ela.

-Quero que você se sinta como se estivesse na sua casa – Ela sorriu toda brincalhona. – Afina dois dias longe de você vou me sentir um verdadeiro peixe fora da agua. -  Ela fez um biquinho.

- Venha comigo então, será ótimo. – Sorri.

- Não posso mesmo que eu queira. – Ela se levantou e foi direto tirar a maquiagem. – Prometi para a minha irmã maravilhosa que iria descobrir a onde o melhor amigo dela se esconde. – Ela sorriu fazendo graça.

-Peço a Deus que ele te ajude a encontra-lo. – Sorri um pouco confiante.

- Ele vai me ajudar.. quando você voltar tudo será diferente.

Ela sorriu e foi terminar suas higienes. Minutos depois terminei de arrumar minha mala, nela havia poucas coisas mais o necessário para apenas dois dias. Tomei um banho quente e vesti o meu pijama preferido. La afora o tempo estava um pouco úmido e provavelmente na manhã seguinte poderia amanhecer um pouco frio. Isadora dormiu cedo naquele dia. Paulo passou o dia todo fora  e resolveu dormir cedo. Minha mãe  meu pai se deitaram depois de um programa divertido e eu fui a única que perdeu o sono.

Sentei-me no jardim de casa e a Lua estava radiante no céu, aquela era uma das noites que eu mais adorava, quando a Lua aparecia e as estrelas ficavam radiantes no céu. Um sentimento de esperança me invadiu e eu tentei  me agarrar nas palavras de minha irmã, talvez ela estivesse certa de que ele poderia estar mais perto de mim do que eu imaginara.

Flash Back on:

Estávamos sentados no jardim em uma bela noite de inverno, naquele dia Osasco fazia mais frio do que nos anos anteriores, mais pouco nos importava. Todos estavam em suas casas com sua família curtindo aquele frio, porém naquele dia Luan havia me convidado para apreciar a noite de lua cheia, ele havia levado uma garrafa de chá de chocolate bem quente e duas xicaras, e nos sentamos no jardim para olhar as estrelas.

- Nossa cara, a noite esta tão linda. – Ele segurava firme na xicara e olhava o céu admiradamente.

- Eu nunca tinha visto o céu tão lindo assim. – Olhei pra ele, que se manteve olhando para o céu. – Quero dizer, nunca tinha visto ele assim... com alguém. – Sorri timidamente.

- Será que a gente ainda vai estar assim daqui alguns anos? – Ele me olhou com medo do que o destino nos reservava.  – Quero dizer, será que a gente ainda vai continuar unidos quando crescer e que a gente nunca vai se separar?

- Eu não sei... eu só sei que não me importa o que aconteça, sempre estarei ao seu lado e não há ninguém neste mundo que me faça desistir da gente. – Segurei sua mão, que me abraçou em seguida.

- Você está vendo aquela estrela lá em cima? – Ele apontou com o dedo.

- Estou sim.. o que tem ela?

- Toda vez que você olhar pra ela, lembre-se que eu sempre estarei pensando em você. Ela tem seu nome, porque você é a minha estrela hoje.. amanhã e pra sempre. – Ele segurou a minha mão e naquele momento tive a certeza de que nossa amizade era para a vida inteira.

- Morro de medo de te perder. – Confessei.

- Isso nunca vai acontecer.. eu estou aqui e assim vai ser pra sempre.. nunca se esqueça que a nossa amizade é pra sempre.      

Ele me abraçou bem forte e me deu um beijo no rosto. Conhecíamo-nos desde quando nascemos e desde quando nos conhecíamos por gente nunca nos desgrudávamos. E sempre fora meu porto seguro, meu melhor amigo e a pessoa mais linda do mundo...

Flash Black of.

Olhei para o céu e respirei fundo me lembrando de que depois daquele dia, todas as noites com lua cheia eu costumava olhar o céu para me lembrar daquele momento, durante quinze anos foi a forma mais próxima que encontrei para senti-lo perto de mim. Hoje olhando para o céu, senti que estava cada vez mais próxima dele.

Não demorei muito no jardim, pois estava esfriando e também levantaria bem cedo para poder viajar, esses dois dias seriam longos. Pela amanhã, o dia estava frio, então tomei um banho bem quente e vesti uma roupa quente e elegante. Sentei-me a mesa para tomar café com meus pais, e logo depois Paulo e Isadora me levaram ate o aeroporto.

- Não se esquece de fazer aquilo que nos conversamos? – Disse em seu ouvido enquanto nos despedíamos.

- Pode ir tranquilo, não vou me esquecer de encontrar o príncipe e seu cavalo. – Ela sorriu fazendo piadinha.

- Paulo cuida de tudo pra mim, nesta ausência, confio muito em você. – O abracei que me retribuiu.

- Vai tranquila e não se preocupe tudo ficara bem.


E minutos depois estava dentro do avião, eu iria para uma reunião de negócios e que beneficiaria a minha profissão, mas algo mais me surpreenderia nesta viagem e esse dois dias ficariam sendo como inesquecível. 

Capitulo Treze

Fazia duas semanas que eu havia me mudado para o Brasil e até aquele momento eu ainda não sabia nada do Luan. Naquela manhã quando me levantei para trabalhar, me bateu uma grande vontade de largar todo o trabalho e sair para fazer alguma coisa diferente, que não fosse trabalho. Então pedi para que a Maribel cancelasse todos os compromisso daquele dia, peguei as chaves do meu carro, liguei na minha musica preferida, soltei meus cabelos e sai sem destino, até parar numa praia do Guarujá.

O Mar estava tão lindo, as ondas calmas e o sol radiante. Coloquei meus pés na área e comecei a caminhar. Por um momento pensei que estava ficando egoísta com meus pais e minha irmã, ele iriam ficar preocupados quando começassem a me ligar e perceber que meu celular estava desligado, mas eu não queria ouvir criticas, e voltar para casa mais uma vez dizer a eles que já fazia duas semanas e que eu ainda não sabia nada do Luan, seria terrível e Paulo mais uma vez iria me dizer: “Eu te avisei”.

Mas eu não me importei e estava disposta a correr todos os riscos se fosse para vê-lo novamente depois de tantos anos, não me importaria de sofrer uma desilusão ou uma noticia maravilhosa, eu queria me arriscar e era exatamente o que eu estava fazendo pela primeira vez em tantos anos. Arriscando-me!
Sentei na beira da praia depois de tanto caminhar e comprei uma agua de coco. Lembrei-me de um livro que dizia que “ Uma garrafa jogada no oceano pode passar centenas de nos viajando ao sabor das ondas sem nunca parar em terra firme...”, pensei nesta possibilidade de encontra-lo jogando uma carta ao mar, mais o que adiantaria se ele não a encontrasse, da mesma forma ele não iria saber que eu voltei em poucas semanas. Apaguei esses pensamentos da minha cabeça e me pus de pé e comecei a caminhar novamente e quando me deparei já era quase noite e eu teria que voltar para casa.

Quando estava voltando pra casa ao som da minha música preferida, pensei que agora seria o bom momento de conhecer todos os cantores brasileiros, assim eu teria a chance de expandir mais minha carreira, e começar dando um grande passo.

Quando entrei no condomínio, um movimento estranho acontecia, uma das casas vizinhas estava acontecendo uma festa e provavelmente deveria ser a casa de uma de uma celebridade. Não me importei muito, cheguei em casa e a primeira coisa que me aconteceu foi ver a Isadora pronta para me questionar.

- A onde a senhorita se meteu o dia inteiro? – Ela estava preocupada e ao mesmo tempo muito nervosa.

- Eu estava cansada de levantar todos os dias e ir trabalhar, então hoje eu resolvi que não iria fazer isso e sai sem destino e quando eu me deparei já estava numa praia no Guarujá. – Disso isto enquanto jogava as chaves no criado mudo e a bolsa numa poltrona ao lado da cama.

- E você me fala isto, nesta tranquilidade? Você foi ao Guarujá dirigindo sozinha? Você está ficando louca Isabella? – Ela suspirou fundo.

- Me desculpa, me desculpa por ter deixado você preocupada, mas acontece que eu precisava respirar um pouco. Desde que eu voltei pro Brasil ainda não soube nada do Luan e isso está e deixando louca, será que você me intende? – Suspirei deitando na cama e passando as mãos pelo meu rosto- Não quero que esta volta seja em vão maninha, não quero ter me arrepender de ter feito uma escolha errada... Já está quase na terceira semana e eu não sei nada dele... Absolutamente Nada!

- Eu sei que a gente ainda não conseguiu encontrar ele, mas isso não quer dizer que não vamos encontra-lo.

- E você sua confiança e a sua fé inabalável...

- Alguém tem que manter a esperança, alguém tem que acreditar que é possível. Eu não era tão amiga e nem tão grudada nele, ao contrario de você que sempre vivia grudada nele. Você sabe mais dele do que eu mesma sei, e talvez você possa encontra-lo em alguma coisa que ele te disse quando era criança. – Ela sorriu tentando anima-la.

- Éramos tão crianças, nem sei se ele mudou de sonhos.. tudo na vida muda. Por exemplo a gente que pensou que nunca iriamos embora e acordamos de um dia para o outro se mudando.

- Mas com a gente é diferente maninha.. nossos pais tinha condições de nos dar algo melhor, a família do Luan não.

- Eu nunca liguei pra esse tipo de coisa e ainda achei que meu lugar sempre foi aqui; e isso nunca irá mudar.

- Mas vamos encontra-lo e seja lá qual for a respostas, estaremos prontas para o que der e vier. – Ela segurou minha mão tentando me animar. – Acredite, eu também quero tanto quando você reencontra-lo.

- Sinto muitas saudades dele maninha... muitas saudades. – Segurei sua mão em seguida um abraço.

- A vamos para com essa tristeza, afinal a esperança é a ultima que morre. – Ela se levantou indo direto pro banheiro. – Sabe o que está acontecendo no condomínio?

- Não faço a mínima ideia, quando cheguei uma festa enorme estava acontecendo em uma das casas.. – Me levantei indo direito para a penteadeira. – Eu pensei que você soubesse.

- Mas se enganou por que eu não sei de nada. – Ela escovou os dente e depois foi se deitar. – Parece que estamos sozinhas em casa.

- E onde se meteu todo mundo? – Pergunte enquanto pegava o roupão para tomar um banho.

- Também não sei.. Mas acho que devem estar se divertindo. – Ela sorriu.

- Deixa eu te falar uma coisa muito importante antes que eu me esqueça. – Ela me chamou para sentar ao seu lado, e assim eu fiz. – Hoje la na empresa, uma agencia muito famoso no Rio de Janeiro ligou e que marcar uma entrevista com você, parece um grande passo para sua carreira.

- Quem é essa empresa?   - Perguntei super animada.

- De primeiro queriam falar com você, as depois de tanto insistir e saber que eu era sua irmã, marcaram uma entrevista com você no Rio de Janeiro na semana que vem, as sete horas da manhã na Agência Absolut Modls. São dois dias de entrevista e você terá que viajar pra lá. – Ela sorriu toda contente.

- Mas você marcou assim logo sem me consultar?

- Eu pensei que você iria adorar essa nova oportunidade, está empresa é seu sonho desde criança, faz tudo com tanto amor. – Ela sorriu.

- Você é demais... você é incrível, não sei o que seria de mim sem você. Te amo

- Também te amo. – Ela me abraçou. – Olha não se preocupe com o Luan, enquanto você estiver fora na terça e na quarta-feira te prometo que vou tentar descobrir onde ele esta morando e onde podemos encontra-lo.

- Jura que vai fazer isso por mim? – Perguntei sentindo uma pontada de esperança.

- E algum dia eu não cumprir o que te prometi?

- Nunca.. você e a melhor pessoa que existe e sei que em você posso confiar sempre.

- Então viaja tranquila e conquista mais um sonho e deixa que com o Luan eu me encarrego de encontra-lo e quando você chegara aqui tenho certeza que já terei encontrado a resposta que você precisa para viver paz.

Sorrimos juntas e nos abraçamos. Minha irmã era incrível e olhava nela mais do que minha própria imagem, era tudo o que eu sempre precisava, meu porto seguro, minha irmã, minha amiga e minha base e sei que com ela me apoiando e nunca teria medo de nada. 


Tomei um banho e naquela noite quando coloquei a cabeça no travesseiro senti que alguma coisa estava para mudar, e que depois desta viagem tudo seria diferente, porque eu iria encontra-lo nem que eu tivesse que revirar o mundo de ponta cabeça...