domingo, 14 de setembro de 2014

Capitulo Vinte e Três.

Luan Narrando.

Acordei no outro dia por volta das onze da manhã com a Bruna, que havia acabado de invadir meu quarto e abrindo todas as cortinas, para que os raios de sol pudessem entrar.

- Mais que Invasão é essa Bruna. – Olhei para ela com os olhos meios fechados e as mãos entre o rosto que tampava a claridade.

- Eu não posso esperar você acordar, você tem que me dizer agora o que realmente aconteceu ontem. 
– Ela se jogou na cama sorrindo.

- Aconteceu o que? – Não estava entendendo o que ela queria dizer.

- A Luan.. não se faça de bobo. – Ela me olhou brava. – Você sabe muito bem do que eu estou falando, daquela hora que você foi procurar a Isabella e demoraram muito para voltar, quase matando a gente de fome.

- Ah! É isso – Sorri e ela me encarrou. – Curiosa você em maninha.

- Muito, agora me conta logo garoto. – Ela sorriu jogando um travesseiro em mim.

- Eu fui procura-la e a encontrei a duas quadras daqui, estava em um parque, sentada em um dos balanços e... chorando! – Pausei e ela me olhou seria, então eu prossegui.

– E quando eu me aproximei ela limpou o rosto e me disse que era um cisco, eu a contestei dizendo que ainda conhecia suficientemente para saber que ela não sabia menti, pelo menos não pra mim.

- E ai? O que ela disse? Vamos Luan não para de contar.. – Ela estava impaciente.

- Ela começou a me dizer muitas coisas, e eu fui entendendo que ela estava magoada por ter pensado em mim e sentido minha falta durante tantos anos e eu a havia esquecido. Mas eu disse pra ela que nunca a esqueci e que me lembrava da promessa que havíamos feito um ao outro. – Pausei para pegar um pouco de ar. – E sabe o que eu me justifiquei pra ela por não a ter reconhecido naquele dia no hotel.

- O que você falou pra ela? – Bruna perguntou surpresa.

- Que eu não a reconheci porque, ela ainda esta muito mais linda do que eu realmente me lembrava. – Sorri ao me lembrar daquele momento.

- Você é incrível Luan, tenho certeza de que vão ficar mais inseparáveis do que eram quando crianças, e pode ter certeza que isso vai te trazer muito problemas.

- Por que fala isso? – Perguntei sem entender.

- Porque sua namorada vai confundi essa amizade tão bela, e tenho quase certeza de que aquele 
amigo que veio com ela, está perdidamente apaixonado pela Isabella.

- Você acha?

- Não só acho como tenho quase certeza. – Ela consentiu. – Da pra ver nos olhos dele, a forma como ele a olha, o jeito que ele fica furioso de ver vocês  dois juntos, ontem mesmo no jantar ele não gostou nada dos nossos apelidos. – Ela desenhou as aspas no ar.

- Por mim que se danem todos, porque agora que a tenho de volta, não vou deixar que nada e nem ninguém nos separem de novo, porque antes de todos eles, a Isabella já existia na minha vida. – Disse decidido, e depois disso me levantei indo para o banheiro.

A manhã passou rápido, e depois de tomar um banho e almoçar, levei minha namorada até o aeroporto para me despedir dela. Amanhã minha nova turnê começa pelo Brasil e eu teria apenas o restante da tarde para aproveitar meus pais, minha irmã e depois de tanto tempo, finamente teria minha melhor amiga de volta.

Já de volta em casa, eu senti um medo muito grande de ligar para ela, talvez  por não saber o que falar quando ela finalmente atendesse, e eu fiquei me perguntando por horas o que dizer, como me comportar, como agir diante de convida-la para sair e tomarmos um sorvete aqui na praça do condômino.

E muitas duvidas vieram na minha cabeça. E se ela tivesse ocupada? E se ela tivesse fazendo outras coisas, com outra pessoa, sei lá , talvez tivesse se divertindo mais com aquele garoto e nem se importasse tanto se eu ligasse e a convidasse. 

Depois de tanto me atormentar e andar de um lado para o outro, venci meu medo e minha insegurança e disquei seu numero, não demorou muito para que começasse a chamar, e porque eu teria medo de ouvi-la, afinal quando éramos crianças não havia esses medos e nem essas inseguranças pois eu sabia que tudo que eu a chamasse para fazer ela viriam em piscar de segundos, e agora não seria diferente.

Eu já estava fincando impaciente com sua demora de atender no segundo toque e quando finalmente chamou pela terceira vez, uma voz doce e macia sussurrou do outro lado da minha..

- Alô. 

Capitulo Vinte e Dois.

Luan Narrando.

Quando a encontrei chorando, me senti a pessoa mais desprezível do mundo, porque afinal todas aquelas lagrimas eram por minha causa. Talvez eu não soubesse agir com ela como ela realmente merecia esse tempo todo. E Bruna tinha razão, a gente pessoas os mais dolorosos e vazios quinze anos de nossas vidas separados e agora que a vida nos deu outra chance estávamos agindo como crianças.

Não, crianças não seria a palavra certa de nos definir, afinal quando éramos crianças morríamos um pelo outro e nunca nos separávamos. Sentávamos na sala de aula juntos, no recreio estávamos o tempo todo  juntos e ate mesmo quando soube que não iria mais vê-la estávamos juntos.

Quando sentamos próximo naquele parque ela fingiu não ser nada, mas eu sempre a conheceria melhor do que ninguém, os anos poderiam passar, ela poderia nunca amais voltar, mas mesmo assim eu a conhecia tão bem, conhecia todos os seus sinais e até mesmo a forma mais inda e doce de sorrir.

Quando ela comeu a falar eu perdi o chão, soube naquele momento que entre a gente existe um laço muito forte e que mesmo nunca ter me respondido nenhuma carta ela nunca havia se esquecido de mim, e que a inda olhava o céu nas noites de Lua cheia, para que a gente pudesse se encontrar.

E mesmo que a gente não manteve contato, o que mais a magoou foi o nosso reencontro e isso nem eu mesmo me perdoei, queria voltar no tempo e mudar tudo, mas a única forma que eu tinha era de pelo menos tentar recompensar  tudo aquilo de certa forma, era agora neste exato momento.

E a nossa conversa foi um pouco chocante, como se a gente tivesse jogando tudo um na cara do outro, e se ela teve culpa eu também de certa forma tive minhas parcelas de culpa.

- Mais eu tenho um motivo, para não ter te reconhecido naquele dia.

- Qual? – Ainda nos olhávamos e ninguém se atreveu a se mexer.

- Você ainda está mais linda do que eu realmente me lembrava!

E naquele momento a gente se abraçou, aquele abraço que eu havia esperado por tantos anos, enfim eu voltei a recebê-lo. Naquele momento eu soube que a gente havia se reencontrado e que nunca deixamos de ser aquelas crianças que dava e sempre dará a vida um pelo outro.

- Acho que estamos sendo egoístas, porque esta todos nos esperando para jantar.. e a gente está aqui matando a saudade. – Sorri ao nos separarmos.

- Então vamos!

Alguns minutos depois, entramos sorrindo pela porta da frente como se nada tivesse acontecido, ela sempre teve um bom humor e pelo incrível que pareça nunca perdeu a timidez de desviar os olhos sempre que eu parava para olha-la.

-Até que enfim vocês apareceram, estamos morrendo de fome! – Bruna fez palhaça e todos caíram na risada.

Minha mãe havia feito o prato preferido a Isabella, pizza de peixe, sempre que ela frequentava a nossa casa, minha mãe fazia questão de fazer, por segundo Isabella era o melhor prato do mundo.

- Nossa tia, isso aqui realmente é uma delicia! – Ela sorriu ao se degustar. – Em todos esses anos não sei como consegui viver longe dessa maravilha.

- Deveria ter vindo me visitar, eu teria adorado fazer pra você minha querida. – Minha mãe sorriu com doçura para ela.

- Não sabe como eu gostaria de ter feito isso, mais desde que fui embora eu vi ao Brasil umas duas vezes e foi uma passagem muito rápida e eu não fazia a mínima ideia como encontra-los. – Ela sussurrou meio tristonha.

- Se sabe que a gente te ama ne Piriga.. – Sorri ao me lembrar do apelido chato que ela tanto odiava.

- Piriga? – Paulo perguntou surpreso e Isabella caiu na gargalhada, fazendo todos rirem.

- Luan de dar apelidos estranhos pra gente Paulo. – Explicou-se Bruna. – Ele me chama de Piroca, ele chama Isabella de Piriga ou Piririca e nos duas o chamamos de Pi.

- A sim. – Ele disse sem graça.

- Esses garotos não tem jeito. – Amarildo comentou fazendo todos rirem.

O jantar foi agradável e Eu e Isabella éramos os que mais conversavam na hora do jantar, parecia que os anos nunca havia se passado e que nunca tivesse havido maus entendidos entre a gente, apesar de tudo o que havia acontecido, foi muito om ter reencontrado a minha melhor amiga novamente e saber que mesmo que o mundo e todos tentem nos separar o que existe entre nos é mais forte do que qualquer distancia no mundo.

Eles foram embora pouco mais tarde do que esperávamos, e quando estávamos com eles as horas e tempo parecia nunca passar. A Parte mais dolorosa daquela noite foi me despedir de Isabella.

- Nunca me esqueci de como estar ao seu lado me faz ser o verdadeiro Luan.  – Disse baixinho somente para ela escutar. – Agradeço a Deus todos os dias por ter voltado. – Desta vez eu a abracei e dei um leve beijo em sua testa.

- Eu disse que voltaria, e se depender de mim nunca mais a gente vai se separar. – Ela me abraçou. – 
Você é especial demais para que eu possa me esquecer. – Ela me olhou nos olhos. – Te adoro Luan.

- Te adoro mais. – Sorri. – Amanhã te ligo pra gente fazer alguma coisa juntos, quero matar a saudade da minha pequena.

- Eu vou esperar – Ela sorriu. – Boa noite Pi.

- Boa noite Piririca.


Despedimo-nos e depois disse ela entrou no carro com as família e foi embora. Eu fiquei parado enquanto o carro se distanciava e desejando mais do que nunca que essa felicidade não fosse passageira, porque se dependesse de mim, nunca mais a gente iria se separar. 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Capitulo Vinte e Um.

Isabella Narrando.

Uma mão leve e macia se pousou em meu ombro, naquele momento senti meu mundo parar, e num impulso levei as mãos até o rosto e sequei minhas lagrimas, antes que ele percebesse que eu havia chorado.

- Ah... oi. – Disse sem graça, ao perceber que era a pessoa que eu menos esperava ver naquele momento.

- Você estava chorando? – Nesse momento ele se sentou ao meu lado, e eu permaneci imóvel, apenas olhando para o horizonte.

- Não... é apenas um cisco que entrou no meu olho. – Menti.

- Você, não sabe menti... Pelo menos não pra mim. – Ele deu um leve sorriso e me encarou.

- Depois de tantos anos pelo menos você ainda se lembra de alguma coisa.. – Desta vez eu me virei para encara-lo.

- Porque está dizendo isto? – Perguntou confuso.

- Às vezes a vida nos leva para caminhos tão distintos que nos faz esquecer quem realmente quem somos.. ou com quem vivemos. – Sussurrei baixinho.  

- Mas eu não me esqueci de quem eu realmente sou.

- Será? – Falei por impulso. – A vida muda, nós mudamos Luan.. o tempo nos molda e a distancia faz com que a gente nunca se esqueça do que realmente nos faz bem.. E você se lembra do que te faz bem?

Ele me encarou surpreso e desta vez compreendeu o que eu estava falando. Não sei por que justamente ele tinha que aparecer ali. Havia chorado por horas por um garoto que havia ficado no passado e vê-lo agora na minha frente compreendi aquele Luan não era o que eu havia deixado quando criança, o Luan do passado saberia que a tristeza nos meus dias era nítida e este que esta na minha frente neste momento mal sabe  o que estou sentido ou pensado, não sabe ele que eu choro por sua ausência.

- Todos os dias da minha vida.. eu nunca me esqueci de lembrar.. nunca me esqueci do que me faz bem. – Ele me encarou, e naquele momento perdi o folego.

- Pois eu passei quinze anos da minha vida tentando não me esquecer de uma promessa.. Tentando focar sempre no que realmente me importava e do que me fazia bem. – Pausei por segundos e como ele não disse nada prossegui.  – Tentei nunca me esquecer dos meus objetivos, dos meus sonhos e das saudades que eu sentia do Brasil, porque sinceramente Nova York não era e nunca foi meu lugar.. 
Mas hoje sentada aqui nesta praça, foi difícil controlar as lagrimas, porque eu mudei minha vida inteira por uma pessoa que eu senti e sinto a mais profunda saudade do mundo, e quando eu cheguei aqui tudo havia sido em vão... e sabe porque eu chorei? – Ele não respondeu. – Porque eu não sei a onde e em que lugar do caminho a gente se perdeu.

- A gente nunca se perdeu.. eu nunca deixei de pensar em você.. nunca me esqueci o quanto você é importante pra mim. – Eu perdi as falas e ele continuou. – A parte mais difícil da minha vida foi deixar você partir.. por que se aquela época fosse esta que estamos vivendo agora, eu teria feito tudo diferente, teria feito o possível e o impossível para que  você nunca tivesse saído de perto de mim. – Ele olhou e desta vez eu o encarei.

- Mas parece que não foi isso que aconteceu, esta tudo muito mudado, eu mudei e você mudou, a gente se perdeu no tempo e mesmo que me doa muito, isto é nítido. Você não percebe mais eu sei que a única que te esperou e se lembra daquela promessa sou eu!

- Eu nunca me esqueci dela..  Como eu poderia esquecer-se da pessoa mais importante da minha vida e da minha melhor amiga. – Eu olhei pra ele e desejei naquele momento chorar, mas saber que eu ainda era a melhor amiga dele. – Você está me dizendo isso tudo porque não te reconheci naquele dia né?

- Sim, porque eu comprovei naquele momento que a única que sofreu todos esses anos foi eu, e você me esqueceu quando subi naquele maldito avião. – abaixei a cabeça, e ele se aproximou colocando as mãos entre meu rosto me fazendo olhar no fundo de seus olhos.

- Mais eu tenho um motivo, para não ter te reconhecido naquele dia.

- Qual? – Ainda nos olhávamos e ninguém se atreveu a se mexer.

- Você ainda está mais linda do que eu realmente me lembrava!


E naquele momento ele me envolveu em seus braços me fazendo sentir o abraço mais gostoso do mundo. Eu sentia tanta saudade e tanta falta dele, saudade de conversar e jogar conversa fora, fazer brincadeiras bobas ou sair para tomar um sorvete, quando éramos crianças éramos tão inseparáveis e hoje, estamos dançando conforme a musica seja cantada.

 E ele então me encheu de beijinhos no meu rosto e me abraçou milhões de vezes, sabíamos que naquele momento não haveria lugar melhor, pois depois de tantos anos, pelo menos a vida agora estava se encarregando de fazer com que tudo desse certo... 

domingo, 7 de setembro de 2014

Capitulo Vinte.

Luan Narrando.

Uma semana havia se passado depois da minha conversa com a Bruna, e confesso que em todos os dias eu pensava em cada palavra dita naquele dia. Talvez ela tivesse razão, Isabela sempre foi tudo pra mim e eu deveria ter agido diferente quando nos vimos, porque afinal eu esperava por isso mais do que qualquer outra coisa no mundo.

Eu via a sua felicidade virar decepção, e depois me senti muito mal por ter me comportado tão indiferente com ela, afinal ela me fazia tanta falta, ela sempre foi e sempre será a razão por eu nunca ter desistido de ser quem sou. E passei os últimos dias querendo saber a onde ela se encontrava, eu havia procurado em muitos condomínios, havia voltado no lugar a onde morávamos quando criança e mais uma vez sai de lá com a cabeça baixa e sem resultado algum.

Algumas semanas pareciam nunca ter fim. Pelo menos pra mim já havia perdido a graça e o brilho que eu havia encontrado. Ou pelo menos eu achava que havia encontrado. A Jade já estava triste e pouco vinha me ver, e eu achava justa sua reação, pois ela era minha namorada e confesso que já fazia quase um mês que eu não dava a atenção que ela realmente merecia. Mas eu me sentia pior ainda quando estava com ela, e meus pensamentos estavam em outra pessoa.

Sexta-Feira eu acordei as três da tarde, e a primeira coisa que eu vi foi as dez ligações da Bruna, parecia que ela estava desesperada querendo me contar alguma coisa, ou pior.. será que havia acontecido alguma coisa com o pai e a mãe? Em segundos disquei seu numero novamente ela atendeu no segundo toque.

- Menino.. se quer me matar? – Ela estava preocupada e ao mesmo tempo muito brava do outro lado da linha.

- Oi pra você também Bruna.. – Sussurrei enquanto despertava. – O Que houve? Porque tantas ligações.. aconteceu alguma coisa com mãe ou o pai? – Desta vez eu estava preocupado.

- Não.. Não aconteceu nada com eles. – Ela sussurrou calmamente.

- Nossa.. você vai acaba me matando, acordei agora e vejo esse tanto de ligação, só poderia ser alguma coisa muito grave. – Me deitei  passando as mãos pela testa.

- Não é grave.. mas é urgente. – Ela sorriu, tentando me fazer se acalmar.

- O que é de tão urgente? – Perguntei sem interesse algum.

- A família Cortelassi vai vir jantar aqui em casa amanhã. – Ela sorriu.

- Como é que é? – Dei um pulo na cama ficando sentado, antes mesmo dela terminar.

- Isso mesmo que você ouviu.. a família da Isabella vai vir jantar aqui amanhã. – Ela sorriu e continuou, sem pausas. – Provavelmente você também vira porque eu fiz tudo pensando e você.

- Ela também vira nesse jantar? – perguntei meio sem graça.

- Eu disse a Família dela Luan.. – Ela pausou como se soubesse que suas próximas palavras iriam me machucar. – Mas ela não vira. – A Bruna havia desfeito meu sorriso assim que terminou a frase, e naquele momento eu desejei nunca tê-las ouvido.

- Então não tem porque eu ir neste jantar. – Me deitei não dando importância para mais nada.

- Como é que é? – Ela perguntou incrédula. – Você não vai fazer essa grosseria com essa família Luan, eles passaram quinze anos longe da gente e agora que os reencontramos, vamos recebê-los como sempre os recebemos. – Eu não disse nada e ela entendeu meu silencio. – Você e a Isabella estão se comportando como duas crianças mimadas, Eu pensei que quando vocês se virem depois de tantos anos você ficariam ainda mais inseparáveis, mas eu to vendo que todas essas promessas que fizeram só passaram de bobagens.

- Não são bobagens... pra mim ela é muito importante, nunca deixou e nunca deixará de ser a minha melhor amiga.. – Ficamos em silencio, e como ninguém se manifestou eu prossegui. – Só quero entender a onde é que a gente se perdeu... eu não sou assim e ela não é assim.. eu fui um verdadeiro idiota com ela.. e ela tem toda razão de não querer aparecer neste jantar.

- Porque não tentem se reencontrar? Pra começar busca em você e resgate nela, aquelas crianças que sofreram juntas ao se separarem numa tarde fria de 11 de março de 1998.

E ela desligou sem me der uma única chance de responder. Quando eu me lembro da dor enorme que senti quando ela se foi, eu quis morrer, lembro-me de ter passado os anos mais tristes da minha vida, e mesmo tendo me mudado e tantas vezes e conhecido tantas pessoas ao longo dos anos, confesso que ela jamais saiu do meu coração, e que jamais encontrei ninguém que lhe cobrisse a falta que ela fazia. 

Naquele mesmo dia eu não quis atender o telefonema da minha namorada, e não estava com cabeça nenhuma para aguentar suas reclamações de que eu havia me afastado tanto dela. Mas tarde eu estava pronto para fazer meu último show da semana e voltaria para casa logo de manhã.

Mas uma vez o show foi incrível e confesso que toda vez que subo no palco e vejo milhões de pessoas sorrindo e realizando sonhos eu fico deslumbrado e agradeço sempre a Deus por me darem tanto amor, jamais irei conseguir retribuir todo esse carinho. Mas no hotel eu não consegui dormir, e resolvi ir para casa naquele mesmo dia. .Logo de manhã quando me levantei, meus pais ficaram surpresos por me verem e minha mãe me deu uma bronca por voltar pra casa tão tarde da noite, mas mesmo assim me abraçou e me mimou o dia todo.

Conversei com a Bruna e ela estava tão anima pelo jantar que aconteceria logo a noite, e eu por outro lado não estava nem um pouco animado com tudo isso, principalmente por que a pessoa que eu  mais desejava que viesse, não estaria presente. Liguei para a Jade logo a tarde e a convidei para não me sentir tão sozinho e também por que a tempos não lhe dava a atenção que merecia, e talvez essa fosse o momento certo.

A noite chegou logo. Todos estavam ansiosos para que a Família da Isabella chegasse logo, inclusive a Jade que estava ansiosa para conhecer a minha melhor amiga, mas mal sabia ela que ela não estaria presente neste jantar. O que me deixou mais desanimado ainda.

Não demorou muito para que eles chegassem. Todos estavam tão nervosos quanto a gente, os recebemos com muito carisma e gentileza. Primeiro vimos os pais de Isabella, a mãe e o pai dela sempre muito educados e gentis. Comprimente um rapaz chamado Paulo e ele também era muito simpático. E por um momento eu vi uma moça linda, com um sorriso encantador. Naquele momento eu pensei que meu coração ia saltar pela boca e pensei em questionar a Bruna já que ela passou a manhã toda me enganando. Mas na verdade eu fui mesmo surpreendido.

- Antes que você se esqueça.. eu não sou Isabella, sou Isadora! – Ela sorriu ao me abraçar. – E não se desaponte, ela veio.. eu fiz com que ela não se esquecesse o verdadeiro motivo por ter voltado depois de tantos anos.

Quando eram crianças, as duas não se pareiam tanto. Mas hoje, ao ver as duas juntas, confesso que não soube separar realmente quem era Isabella e quem era Isadora, porque fisicamente as duas eram idênticas, até mesmo na maneira de sorrir.  Mas olhando para elas, eu sabia distinguir entre as duas que uma delas de fato era inesquecível.

Ela estava calada e tímida quando cruzou a porta. Esta ainda mais linda do que da ultima vez que nos vimos. Apesar de simples, trazia no olhar uma vontade de não estar ali, e ao mesmo tempo se sentia feliz por reencontrar-nos depois de tanto tempo.

Aproximamo-nos para nos cumprimentar, e eu pude sentir em minhas espinhar que se arrepiavam quando os olhares da Bruna e de Isadora nos observaram de longe. Elas que de alguma forma foram responsáveis esse nosso reencontro, já que o nosso reencontro terminou tão desagradavelmente em um mês atrás.

- Oi. – Disse em seu ouvido enquanto nos abraçávamos, e ela porem me respondeu com um sorriso tímido.

Sentamos minutos depois na sala para conversarmos um pouco antes que minha mãe pudesse nos chamar para servir o jantar. Todos estavam muito contentes e falavam muito e davam muitas gargalhadas, apenas Isabella permaneceu calada quase o tempo todo, e percebi sua impaciência. Meia hora depois ela avistei ela conversando alguma coisa com sua irmã e logo depois se retirou sem que ninguém a visse, mas ela não percebeu que eu a observava.

Fiquei com vontade de impedi-la, mas a Jade estava ao meu lado o tempo todo e isso fazia com que eu me sentisse um pouco constrangido, ela poderia interpretar mal as coisas e isso poderia causar um grande transtorno, para minha família e a família da Isabella.

Quando finalmente minha mãe decidiu servir o jantar, percebi que ela ainda não havia voltado, o moço que estavam com elas ficou a procura-la por todas as partes, mas não a encontrou, senti uma vontade enorme de ser ele, talvez ele gostasse muito dela e estava mais preocupado do que se aparentava. Então Isadora tomou uma iniciativa e num impulso eu me contestei.

- Ela não deve ter ido muito longe já que esta aqui por perto. – Ela sorriu. – Irei procura-la.

- Não.. pode deixar que eu vou procura-la.

E antes que alguém pudesse impedir, sai pela sala em paços bem largos sem dizer mais nada. La fora a noite estava tão linda e ao mesmo tempo muito gélida. Imaginei que ela não deveria estar muito longe, já que conhece tão pouco o condomínio. Comecei a andar com as mãos entre os bolsos e comecei a pensar que agora seria o momento certo para que tudo pudesse voltar a ser como antes, não era justo continuar nos tratando como duas pessoas estranhas, sendo que desde crianças levávamos no peito um sentimento tão belo e puro. Confesso que desde que voltei a vê-la, tudo tem caminhado para um caminho tão diferente, tudo que eu havia planejado parecia não ter, mas nem tanta importância, e nem tanto sentido.

Depois que caminhei por um bom tempo, avistei uma moça com os cabelos lisos e cacheados sentada a um balanço de parque, parecia tão distraída e tão fora de si. Com pensamentos distantes e como se nada que estava ao seu redor  fazia sentido, e fui me aproximando aos poucos e um vento tomou meu rosto naquele momento me fazendo perder toda a fala, e naquele momento eu percebi que ela estava chorando, e como me faltava palavras, pousei minhas mãos em seu ombro, e naquele momento ela se manteve imóvel e a única coisa que fez foi passar as mãos pelo rosto.


- Isabella!