quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Capitulo Um.

11 de março de 1998.
Osasco/São Paulo. Como tudo começou.

Era começo de Março e como de costume o verão deixava seus vestígios para que o outono enfim pudesse chegar. Sempre que uma estação deixava seu propósito para que uma outra pudesse prosseguir deixava não apenas suas marcas mais consigo as escolhas.

- Vou embora na semana que vem.

Ao dizer isso Isabella sentiu em suas palavras que sentiria mais falta daquele lugar do que chegou a imaginar. Saberia que a alegria de viver todos os dias naquele lugar estava chegando ao fim e isso a deixava triste. Não demoraria muito para que seus dias se transformariam em iguais. Não iria mais poder ver seu melhor amigo e nem conversara mais com ele a não ser por cartas, ou alguns telefonemas. 

- Você... - Ele se sentou-se ao seu lado tentando evitar que aquele momento havia chegado. - Você me avisou que iria embora no mês passado, mas não cheguei a pensar que seria tão rápido.

A dificuldade que sentiam para continuar aquela conversa era tão dolorosa quanto á se perder alguém em uma tarde de funeral. 

- O verão estão terminando.. as aulas em Nova York começam daqui a duas semanas e meus pais não querem que Isadora e a mim se atrasem no ano letivo.

- Mas.. vocês poderiam continuar aqui..

- Não é tão simples assim Luan.. Meu pai acabou de transferir sua filial de trabalho para trabalhar com os homens mais importantes de Nova York, eles tem que ir... E eles também querem a melhor educação possível para nós duas e para eles Nova York é o melhor para nós duas.

- Osasco também é o nobre para se viver.

- Ainda somos muito crianças para entender isso tudo, um dia teremos nossa família e nossos filhos.

- Nunca, levarei meus filhos para onde eles jamais queiram ir. - O silêncio transbordou entre eles e nenhum teve vontade de dizer mais nada. 

- Eu sei, que você não irá entender agora Luan.. Mas um dia quando você for adulto, vai perceber que nossos pais apenas querem nosso bem.

- Nunca irei entender o porque querem me separar de você. - Ele cruzou os braços em volta das pernas admirando alguns animais que brincavam no gramado.

- Quero que saiba que, quando eu subir naquele avião na semana que vem, não haverá um só único dia em que não vou desejar em voltar. - Ela então se manteve com a cabeça baixa desejando que esse dia jamais chegasse.

- Isso quer dizer que a gente não irá mais se ver? - Luan agora tentava olhar em seus olhos.

- Não quero que se esqueça de mim, será terrível se um dia eu chegar a retornar e saber que você já não se lembra mais de mim, porque mesmo que eu esteja do outro lado do mundo, minha amizade, meu carinho por você sempre estará aqui no meu coração. - Ela então começou a chorar e ele num gesto simples a abraçou.

- Isso jamais irá acontecer, e mesmo que chegue a acontecer, não duvide de que a nossa amizade é maior que qualquer distância. Pode passar, um dia, uma semana, um mês, um ano e depois alguns anos, irei sempre estar aqui te esperando.


Luan e Isabella temia que essas palavras algum dia jamais irá ser lembradas, para eles essa separação não era um "adeus". Eles viam um no outro um porto seguro e tudo que faziam desde os dois anos de idade era compartilhar tudo o que sentiam e pensavam. Quando Luan conheceu Isabella sabia que eles seriam amigos, e que a vida iriam sempre encarregar de uni-los mesmo quando as coisas estivessem mais difíceis. 


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