11
de março de 1998.
Osasco/São
Paulo. Como tudo começou.
Era começo de Março e como de costume o verão
deixava seus vestígios para que o outono enfim pudesse chegar. Sempre que uma
estação deixava seu propósito para que uma outra pudesse prosseguir deixava não
apenas suas marcas mais consigo as escolhas.
- Vou embora na semana que vem.
Ao dizer isso
Isabella sentiu em suas palavras que sentiria mais falta daquele lugar do que
chegou a imaginar. Saberia que a alegria de viver todos os dias naquele lugar
estava chegando ao fim e isso a deixava triste. Não demoraria muito para que
seus dias se transformariam em iguais. Não iria mais poder ver seu melhor amigo
e nem conversara mais com ele a não ser por cartas, ou alguns telefonemas.
- Você... - Ele
se sentou-se ao seu lado tentando evitar que aquele momento havia chegado. -
Você me avisou que iria embora no mês passado, mas não cheguei a pensar que
seria tão rápido.
A dificuldade que
sentiam para continuar aquela conversa era tão dolorosa quanto á se perder
alguém em uma tarde de funeral.
- O verão estão
terminando.. as aulas em Nova York começam daqui a duas semanas e meus pais não
querem que Isadora e a mim se atrasem no ano letivo.
- Mas.. vocês
poderiam continuar aqui..
- Não é tão
simples assim Luan.. Meu pai acabou de transferir sua filial de trabalho para
trabalhar com os homens mais importantes de Nova York, eles tem que ir... E
eles também querem a melhor educação possível para nós duas e para eles Nova
York é o melhor para nós duas.
- Osasco também é
o nobre para se viver.
- Ainda somos
muito crianças para entender isso tudo, um dia teremos nossa família e nossos
filhos.
- Nunca, levarei
meus filhos para onde eles jamais queiram ir. - O silêncio transbordou entre
eles e nenhum teve vontade de dizer mais nada.
- Eu sei, que
você não irá entender agora Luan.. Mas um dia quando você for adulto, vai
perceber que nossos pais apenas querem nosso bem.
- Nunca irei
entender o porque querem me separar de você. - Ele cruzou os braços em volta
das pernas admirando alguns animais que brincavam no gramado.
- Quero que saiba
que, quando eu subir naquele avião na semana que vem, não haverá um só único
dia em que não vou desejar em voltar. - Ela então se manteve com a cabeça baixa
desejando que esse dia jamais chegasse.
- Isso quer dizer
que a gente não irá mais se ver? - Luan agora tentava olhar em seus olhos.
- Não quero que
se esqueça de mim, será terrível se um dia eu chegar a retornar e saber que
você já não se lembra mais de mim, porque mesmo que eu esteja do outro lado do
mundo, minha amizade, meu carinho por você sempre estará aqui no meu coração. -
Ela então começou a chorar e ele num gesto simples a abraçou.
- Isso jamais irá
acontecer, e mesmo que chegue a acontecer, não duvide de que a nossa amizade é
maior que qualquer distância. Pode passar, um dia, uma semana, um mês, um ano e
depois alguns anos, irei sempre estar aqui te esperando.
Luan e Isabella
temia que essas palavras algum dia jamais irá ser lembradas, para eles essa
separação não era um "adeus". Eles viam um no outro um porto seguro e
tudo que faziam desde os dois anos de idade era compartilhar tudo o que sentiam
e pensavam. Quando Luan conheceu Isabella sabia que eles seriam amigos, e que a
vida iriam sempre encarregar de uni-los mesmo quando as coisas estivessem mais
difíceis.
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