NP: Leandro
e Leonardo - Não Aprendi dizer Adeus.
Alguns
dias se passaram, e quando Isabella olhou para a janela, lembrou-se que quando
o dia amanhecesse novamente não iria mais ver as pessoas que amavam, e o lugar
que sempre viveu.
Detestava
naquele momento não poder decidir entre ficar ou partir. Não estava nem um
pouco animada em pegar o avião as três da tarde, e mesmo que estivesse não iria
demonstrar para que não deixasse as pessoas que a adoram triste.
Não
iriam levar nada, a casa grande e arejada em que sempre viveram iria ficar
intacta, para quando alguém quisesse voltar para o Brasil e porém por outro
lado uma nova mansão a estava esperando em Nova York.
Durante
todo o dia não teve vontade de brincar, já estava a dois dias em ir a escola e
sua matricula já havia sido transferida. Seus pertences já estavam em uma mala
desde a noite anterior e não demonstrou em nenhum momento felicidade nenhuma
por aquela mudança e seus pais perceberam isso desde o momento em que
comunicaram essa partida.
-
Pensei que essa viagem iria te deixar mais animada. - Sua mãe se sentou numa poltrona
que havia ao lado de sua cama, ela se manteve com os olhos na janela.
- Não
é uma viagem mãe, iremos morar lá.
Quando
somos obrigados a fazer algo contra nossa própria vontade, nos sentimos como se
estivéssemos levado uma punhalada pelas costas, e naquele momento Isabella estava
sentindo como se um punhal lhe atingisse por inteiro.
-
Minha filha.. eu sei que você nunca irá entender tudo isso que está acontecendo,
mais por outro lado achamos que será o melhor para todos nós, não podemos
desapontar seu pai dessa maneira.
-
Deveria ter dado a oportunidade da gente escolher. - Nesse momento, ela olhou
nos olhos de sua mãe.
- Seu
mundo é muito mais que tudo isso minha filha, e quando você chegar a ser uma pessoa de sucesso, irá nos agradecer
por ter tomado uma decisão como essa no seu lugar.
Embora
daqui algumas horas isso tudo deixasse de ser seu mundo, Isabella demonstrou
até os últimos minutos o quanto se sentia triste. Não dirigiu a palavra com
seus pais e muito menos com sua irmã gêmea.
Para Luan o dia
não foi diferente, não comeu quase nada o dia todo, não teve vontade de
conversar com sua irmã e muito menos sair para brincar. E na escola nem para o
recreio teve vontade de frequentar.
- Você não vai
sair para se despedir de Isabella? - Com a voz serena e doce, sua mãe lhe
aproximou dele com muita doçura.
- Não sei se
quero ir no aeroporto mãe. - Sua voz quase não saiu, e as lágrimas rolaram
levemente. - Hoje quando ela subir naquele avião, não irei mais vê-la, vai ser
como se uma parte de mim fosse embora e não voltasse nunca mais.
- Não diga isso
meu filho, Isabella sabe que mesmo que ela for pro outro lado do mundo você
sempre se lembrará dela, e com a mesma certeza ela também lembrará de você.
- Você diz como
se tudo fosse fácil. - Ele enxugou as lágrimas com as mãos.
- Luan, não é um
adeus e muito menos uma despedida, ela só vai morar em Nova York, é claro que
vocês não irão mais se ver todos os dias como antes, mas podem se ver nas
férias, nos feriados, em festas comemorativas, e em outras momentos; tudo
depende da importância e do significado que um representa para o outro, por que quando se ama de verdade elas ficam
pra sempre, aqui no coração.
Ela pegou sua mão
dele com carinho e a levou até seu coração, o fazendo compreender que não
importa quantos quilômetros ficassem distante, porque o que é verdadeiro nunca
se vai para sempre.
No relógio os
ponteiros marcavam os últimos minutos que ainda restavam, Isabella se olhou no
espelho mais uma vez antes de descer as escadas, e a única coisa que ela pegou
além das malas, foi um porta retrato que mantinha ao lado de sua cama.
Uma foto que
tirou com Luan alguns meses atrás, era essa foto que os manteriam unidos mesmo
distantes por tantos e tantos anos. Da mesma forma que a noite e o dia se mantinham unidos.
Despedir de tudo
que acercava era difícil, por isso decidiu que não iria dar adeus ao seu melhor
amigo. Fazer aquilo seria como se partissem seu coração em vários pedaços.
- Você está
pronta Filha. - Seu pai entendeu seu sofrimento em meias palavras, e ela
suspirou fundo antes de responder.
- Estou papai.
Ela então apanhou
seu casaco e desceu as escadas antes de dar o último adeus aquele ambiente. Olhou
nos seus pais não muitos satisfeitos e então entrou no carro. Pensou então no
porque deles tomarem aquela decisão, sendo que tudo o que tinha ali eram
suficiente para que suas vidas fossem perfeitas. Não conseguindo compreender
desabou em choro silenciosamente.
As lagrimas rolaram por todo o caminho de sua antiga casa até o aeroporto,
lembrou-se de todos os momentos felizes que teve com Luan, lembrou-se da
despedida que sua antiga sala de aula fez pra ela dias atrás, e lembrou-se
também de que amanhã não iria mais fazer os mesmo percursos de antes.
O aeroporto estava muito movimentado, pessoas
que vinham de outros países, e outras que voltavam para seu para a sua rotina,
todas elas tinham seus corações despedaçados, uns por deixar as maravilhosas
férias e a família, outras por voltarem e por ter deixado alguém muito especial
e outras principalmente por se mudarem.
E no meio de todas elas se encontrava Isabella, com o coração
completamente despedaçado.
Na sala de espera
uma voz muito doce avisou o embarque de Nova York, que seria em dez minutos,
seus pais pegaram as malas e se encaminhou para a fila, Isadora fez o mesmo e
antes mesmo que Isabella pudesse dar seus passos ouviu uma voz a lhe chamar.
- Isabella.
Foi então que
sentiu seu coração gritar de desespero e agonia, sentiu que o mundo pudesse terminar,
antes mesmo que pudesse encarar aqueles olhos de anjo. Era ele. Ele que não
possui asas mais era seu anjo, ele que não media esforços algum para lhe fazer
sorrir, ele a que mais amava. ELE. Onde ela não poderia escolher entre ficar e
partir.
- Luan.
Ele então veio
correndo ao seu encontro e o abraço. Ali no meio daquela multidão, choraram
justos por alguns segundos antes de se separarem.
- Pensei que não
iria dar tempo... você iria embora sem se despedir de mim e eu.. Talvez nunca
mais irei te ver novamente. - Ele suspirou fundo passando os dedos entre os
olhos limpando a lagrimas.
- Você não sabe
como é difícil ter que subir naquele avião Luan. Eu não podia fazer isso com
você. Eu não podia me despedir de você porque isso torna tudo mais difícil.
Você não entende.. talvez nunca irá entender.
- Eu entendo sim,
e vou ficara aqui te esperando até o dia em que você irá retornar. Somos amigos
lembra? E amigos ficam juntos até o fim.
Eles então se abraçaram novamente, enquanto
milhares de olhares se direcionaram para eles, e quando se separam perceberam
que os minutos estavam se esgotando.
- Não importa pra onde você vai Bella, quem
você conheça, se você namore ou se case, se faça novos amigos ou até mesmo
decida a nunca mais voltar, sempre irei me lembrar de você. Sempre.
- Luan, eu quero
que saiba de uma coisa, e que jamais se esqueça. - Ela suspirou fundo, segurou
as suas mãos e começou a dizer. - "E se chegarem os momentos difíceis,
traga a sua fé que eu te dou em troca o meu amor eterno. Se a vida te deixar
pra trás, guarde consigo a certeza de que nunca estará sozinho. Se o mundo te
fizer desistir de seus sonhos, pense no quanto és responsável pela realização
dos meus sonhos e do quão longe você já chegou. Mas se um dia a multidão deixar
de gritar teu nome, saiba que eu, mesmo sozinha, eu estarei na primeira fila,
te vendo brilhar. cartasproluan".
Ao dizer isso
Isabella deu-lhe seu ultimo adeus e subiu no avião. Enquanto Luan guardou
consigo cada palavra de seus lábios, e mesmo sabendo que eram muito crianças,
acreditou nas palavras dela, guardando consigo a certeza de que não haveria
somente um único dia que não iria esperar o seu retorno.
Serão Postado dois Capítulos por dia. Gostou do capítulo ? Deixe um comentário. Obg por tudo. Beijos !
Que lindooo,continuaaaa *---*
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