Luan Narrando.
Quando a encontrei chorando, me
senti a pessoa mais desprezível do mundo, porque afinal todas aquelas lagrimas
eram por minha causa. Talvez eu não soubesse agir com ela como ela realmente
merecia esse tempo todo. E Bruna tinha razão, a gente pessoas os mais dolorosos
e vazios quinze anos de nossas vidas separados e agora que a vida nos deu outra
chance estávamos agindo como crianças.
Não, crianças não seria a
palavra certa de nos definir, afinal quando éramos crianças morríamos um pelo outro
e nunca nos separávamos. Sentávamos na sala de aula juntos, no recreio estávamos
o tempo todo juntos e ate mesmo quando
soube que não iria mais vê-la estávamos juntos.
Quando sentamos próximo naquele
parque ela fingiu não ser nada, mas eu sempre a conheceria melhor do que
ninguém, os anos poderiam passar, ela poderia nunca amais voltar, mas mesmo
assim eu a conhecia tão bem, conhecia todos os seus sinais e até mesmo a forma
mais inda e doce de sorrir.
Quando ela comeu a falar eu
perdi o chão, soube naquele momento que entre a gente existe um laço muito
forte e que mesmo nunca ter me respondido nenhuma carta ela nunca havia se
esquecido de mim, e que a inda olhava o céu nas noites de Lua cheia, para que a
gente pudesse se encontrar.
E mesmo que a gente não manteve
contato, o que mais a magoou foi o nosso reencontro e isso nem eu mesmo me
perdoei, queria voltar no tempo e mudar tudo, mas a única forma que eu tinha era
de pelo menos tentar recompensar tudo
aquilo de certa forma, era agora neste exato momento.
E a nossa conversa foi um pouco
chocante, como se a gente tivesse jogando tudo um na cara do outro, e se ela
teve culpa eu também de certa forma tive minhas parcelas de culpa.
- Mais eu tenho um motivo, para
não ter te reconhecido naquele dia.
- Qual? – Ainda nos olhávamos e
ninguém se atreveu a se mexer.
- Você ainda está mais linda do
que eu realmente me lembrava!
E naquele momento a gente se
abraçou, aquele abraço que eu havia esperado por tantos anos, enfim eu voltei a
recebê-lo. Naquele momento eu soube que a gente havia se reencontrado e que
nunca deixamos de ser aquelas crianças que dava e sempre dará a vida um pelo
outro.
- Acho que estamos sendo egoístas,
porque esta todos nos esperando para jantar.. e a gente está aqui matando a
saudade. – Sorri ao nos separarmos.
- Então vamos!
Alguns minutos depois, entramos
sorrindo pela porta da frente como se nada tivesse acontecido, ela sempre teve
um bom humor e pelo incrível que pareça nunca perdeu a timidez de desviar os
olhos sempre que eu parava para olha-la.
-Até que enfim vocês apareceram,
estamos morrendo de fome! – Bruna fez palhaça e todos caíram na risada.
Minha mãe havia feito o prato
preferido a Isabella, pizza de peixe, sempre que ela frequentava a nossa casa,
minha mãe fazia questão de fazer, por segundo Isabella era o melhor prato do
mundo.
- Nossa tia, isso aqui realmente
é uma delicia! – Ela sorriu ao se degustar. – Em todos esses anos não sei como
consegui viver longe dessa maravilha.
- Deveria ter vindo me visitar,
eu teria adorado fazer pra você minha querida. – Minha mãe sorriu com doçura
para ela.
- Não sabe como eu gostaria de
ter feito isso, mais desde que fui embora eu vi ao Brasil umas duas vezes e foi
uma passagem muito rápida e eu não fazia a mínima ideia como encontra-los. –
Ela sussurrou meio tristonha.
- Se sabe que a gente te ama ne
Piriga.. – Sorri ao me lembrar do apelido chato que ela tanto odiava.
- Piriga? – Paulo perguntou
surpreso e Isabella caiu na gargalhada, fazendo todos rirem.
- Luan de dar apelidos estranhos
pra gente Paulo. – Explicou-se Bruna. – Ele me chama de Piroca, ele chama
Isabella de Piriga ou Piririca e nos duas o chamamos de Pi.
- A sim. – Ele disse sem graça.
- Esses garotos não tem jeito. –
Amarildo comentou fazendo todos rirem.
O jantar foi agradável e Eu e
Isabella éramos os que mais conversavam na hora do jantar, parecia que os anos
nunca havia se passado e que nunca tivesse havido maus entendidos entre a
gente, apesar de tudo o que havia acontecido, foi muito om ter reencontrado a
minha melhor amiga novamente e saber que mesmo que o mundo e todos tentem nos
separar o que existe entre nos é mais forte do que qualquer distancia no mundo.
Eles foram embora pouco mais
tarde do que esperávamos, e quando estávamos com eles as horas e tempo parecia
nunca passar. A Parte mais dolorosa daquela noite foi me despedir de Isabella.
- Nunca me esqueci de como estar
ao seu lado me faz ser o verdadeiro Luan.
– Disse baixinho somente para ela escutar. – Agradeço a Deus todos os
dias por ter voltado. – Desta vez eu a abracei e dei um leve beijo em sua
testa.
- Eu disse que voltaria, e se
depender de mim nunca mais a gente vai se separar. – Ela me abraçou. –
Você é
especial demais para que eu possa me esquecer. – Ela me olhou nos olhos. – Te adoro
Luan.
- Te adoro mais. – Sorri. –
Amanhã te ligo pra gente fazer alguma coisa juntos, quero matar a saudade da
minha pequena.
- Eu vou esperar – Ela sorriu. –
Boa noite Pi.
- Boa noite Piririca.
Despedimo-nos e depois disse ela
entrou no carro com as família e foi embora. Eu fiquei parado enquanto o carro
se distanciava e desejando mais do que nunca que essa felicidade não fosse
passageira, porque se dependesse de mim, nunca mais a gente iria se separar.
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