domingo, 14 de setembro de 2014

Capitulo Vinte e Dois.

Luan Narrando.

Quando a encontrei chorando, me senti a pessoa mais desprezível do mundo, porque afinal todas aquelas lagrimas eram por minha causa. Talvez eu não soubesse agir com ela como ela realmente merecia esse tempo todo. E Bruna tinha razão, a gente pessoas os mais dolorosos e vazios quinze anos de nossas vidas separados e agora que a vida nos deu outra chance estávamos agindo como crianças.

Não, crianças não seria a palavra certa de nos definir, afinal quando éramos crianças morríamos um pelo outro e nunca nos separávamos. Sentávamos na sala de aula juntos, no recreio estávamos o tempo todo  juntos e ate mesmo quando soube que não iria mais vê-la estávamos juntos.

Quando sentamos próximo naquele parque ela fingiu não ser nada, mas eu sempre a conheceria melhor do que ninguém, os anos poderiam passar, ela poderia nunca amais voltar, mas mesmo assim eu a conhecia tão bem, conhecia todos os seus sinais e até mesmo a forma mais inda e doce de sorrir.

Quando ela comeu a falar eu perdi o chão, soube naquele momento que entre a gente existe um laço muito forte e que mesmo nunca ter me respondido nenhuma carta ela nunca havia se esquecido de mim, e que a inda olhava o céu nas noites de Lua cheia, para que a gente pudesse se encontrar.

E mesmo que a gente não manteve contato, o que mais a magoou foi o nosso reencontro e isso nem eu mesmo me perdoei, queria voltar no tempo e mudar tudo, mas a única forma que eu tinha era de pelo menos tentar recompensar  tudo aquilo de certa forma, era agora neste exato momento.

E a nossa conversa foi um pouco chocante, como se a gente tivesse jogando tudo um na cara do outro, e se ela teve culpa eu também de certa forma tive minhas parcelas de culpa.

- Mais eu tenho um motivo, para não ter te reconhecido naquele dia.

- Qual? – Ainda nos olhávamos e ninguém se atreveu a se mexer.

- Você ainda está mais linda do que eu realmente me lembrava!

E naquele momento a gente se abraçou, aquele abraço que eu havia esperado por tantos anos, enfim eu voltei a recebê-lo. Naquele momento eu soube que a gente havia se reencontrado e que nunca deixamos de ser aquelas crianças que dava e sempre dará a vida um pelo outro.

- Acho que estamos sendo egoístas, porque esta todos nos esperando para jantar.. e a gente está aqui matando a saudade. – Sorri ao nos separarmos.

- Então vamos!

Alguns minutos depois, entramos sorrindo pela porta da frente como se nada tivesse acontecido, ela sempre teve um bom humor e pelo incrível que pareça nunca perdeu a timidez de desviar os olhos sempre que eu parava para olha-la.

-Até que enfim vocês apareceram, estamos morrendo de fome! – Bruna fez palhaça e todos caíram na risada.

Minha mãe havia feito o prato preferido a Isabella, pizza de peixe, sempre que ela frequentava a nossa casa, minha mãe fazia questão de fazer, por segundo Isabella era o melhor prato do mundo.

- Nossa tia, isso aqui realmente é uma delicia! – Ela sorriu ao se degustar. – Em todos esses anos não sei como consegui viver longe dessa maravilha.

- Deveria ter vindo me visitar, eu teria adorado fazer pra você minha querida. – Minha mãe sorriu com doçura para ela.

- Não sabe como eu gostaria de ter feito isso, mais desde que fui embora eu vi ao Brasil umas duas vezes e foi uma passagem muito rápida e eu não fazia a mínima ideia como encontra-los. – Ela sussurrou meio tristonha.

- Se sabe que a gente te ama ne Piriga.. – Sorri ao me lembrar do apelido chato que ela tanto odiava.

- Piriga? – Paulo perguntou surpreso e Isabella caiu na gargalhada, fazendo todos rirem.

- Luan de dar apelidos estranhos pra gente Paulo. – Explicou-se Bruna. – Ele me chama de Piroca, ele chama Isabella de Piriga ou Piririca e nos duas o chamamos de Pi.

- A sim. – Ele disse sem graça.

- Esses garotos não tem jeito. – Amarildo comentou fazendo todos rirem.

O jantar foi agradável e Eu e Isabella éramos os que mais conversavam na hora do jantar, parecia que os anos nunca havia se passado e que nunca tivesse havido maus entendidos entre a gente, apesar de tudo o que havia acontecido, foi muito om ter reencontrado a minha melhor amiga novamente e saber que mesmo que o mundo e todos tentem nos separar o que existe entre nos é mais forte do que qualquer distancia no mundo.

Eles foram embora pouco mais tarde do que esperávamos, e quando estávamos com eles as horas e tempo parecia nunca passar. A Parte mais dolorosa daquela noite foi me despedir de Isabella.

- Nunca me esqueci de como estar ao seu lado me faz ser o verdadeiro Luan.  – Disse baixinho somente para ela escutar. – Agradeço a Deus todos os dias por ter voltado. – Desta vez eu a abracei e dei um leve beijo em sua testa.

- Eu disse que voltaria, e se depender de mim nunca mais a gente vai se separar. – Ela me abraçou. – 
Você é especial demais para que eu possa me esquecer. – Ela me olhou nos olhos. – Te adoro Luan.

- Te adoro mais. – Sorri. – Amanhã te ligo pra gente fazer alguma coisa juntos, quero matar a saudade da minha pequena.

- Eu vou esperar – Ela sorriu. – Boa noite Pi.

- Boa noite Piririca.


Despedimo-nos e depois disse ela entrou no carro com as família e foi embora. Eu fiquei parado enquanto o carro se distanciava e desejando mais do que nunca que essa felicidade não fosse passageira, porque se dependesse de mim, nunca mais a gente iria se separar. 

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