terça-feira, 5 de agosto de 2014

Capitulo Dezesseis.


- Luan?

Dias atrás eu estava chorando nos braços de minha irmã, enquanto ela me dava um sermão por eu ter fugido do trabalho sem dar satisfação alguma. Eu lhe disse como me sentia, assim como todas as vezes que me queixei por ter ido embora do Brasil. Havia me queixado também de nunca ter recebido uma mensagem, um cartão postal ou uma carta à vez do ano.

Eu perdi o contato completamente quando minha mãe naquela época tocou todos os telefones, e com eles os registros do celular. Passei quinze anos da minha vida chorando dia após dia, meses após meses e anos após anos. E hoje ao vê-lo na minha frente é como se todos os  sofrimentos que passei e toa a saudade que eu sentia por não velo se transformasse em sorrisos. E naquele momento depois de anos eu soube que a felicidade sempre esteve ao meu lado.

- Desculpe... mas a gente se conhece? – Ele sussurrou surpreso.

Naquele momento senti meu coração se quebrar em mil pedaços como se a vida estivesse me castigando mais uma vez. Como se tudo e todos estivesse me jogar na cara “eu te avisei”, como se todos as palavras do Paulo tivesse fazendo sentido, e como se eu tivesse mudado a vida dentro de semanas em vão.

- Sim... – Disse desfazendo aquele sorriso que minutos era o mais doce e sincero do mundo. – Sou Isabella Cortelassi.

- Ahh! – Exclamou ele surpreso mudando de expressão. – Não sei nem como não te reconheci. – Ele se aproximou me cumprimentando. – Bom eu tenho que ir, tenho uma entrevista na radio mais tarde.

- Claro! – Disse sem graça.

- A gente se vê. – Ele acenou e entrou no elevador.

Naquele momento senti meu mundo desmoronando, pensei que em todos esses anos o nosso encontro seria como aqueles de novela, que o rapaz esperaria pela sua amada e neste dia tudo teria valer a pena. Mas não foi assim, nada disso aconteceu. Pensei que esse seria o dia mais feliz da vida dele e da minha, e ele pareceu não se importar, estava tão perto e tão distante e ao mesmo tempo tão frio. Comportou-se como se eu não fosse nada na vida dele e como se nunca tivesse chorado naquele aeroporto suplicando para que eu não deixasse.

Senti-me tão desapontada, perdi o chão, perdi o rumo, não sabia o que pensar e nem o que dizer. Mas uma certeza eu tinha que da minha parte eu cumpri a minha promessa e não teria que me arrepender de nada, e eu sabia que isso poderia acontecer.

Segui rumo a reunião, e não consegui me concentrar muito, mesmo que isso fosse o mais importante naquele momento, o fato do Luan não ter me reconhecido mexeu muito comigo e eu naquele momento não queria ter vivido nada daquilo, tão pouco me lembrar. A reunião foi um sucesso e duas horas depois eu estava no mesmo hotel com ele, com a diferença que meu coração estava desapontado e o dele sem ressentimento algum.

Arrumei minha mala, almocei e esperei a hora passar olhando da janela. Vi muitas pessoas felizes e desejei naquele momento ser uma delas, pareciam que não tinha problemas e que suas vidas eram perfeitas, enquanto a minha acontecia uma decepção de minutos em minutos.  Então limpei o resto das lagrimas que ainda me restava e peguei minha mala. Segundos depois paguei a conta no hotel e fui direto pro aeroporto, sei que ainda faltava uma hora, mais ficar no mesmo lugar que ele me fazia me sentir pior do que já estava... talvez longe eu me sentiria um pouco mais tranquila.


Comprei um suco e na sala de embarque esperava anunciar o próximo voo. Chorei um pouco em silencio e meia hora depois anunciou meu voo. Sentei-me em um lugar confortável e tentar relaxar, dormi quase a viagem toda e quando finamente cheguei em São Paulo, queria apenas minha irmã e seu colo para que eu pudesse desabar.

Meus pais e minha irmã foram me apanhar no aeroporto, tentei ser o mais natural possível e dois dias foram o suficiente para sentir saudade. No caminho contei a eles super animada tudo o que havia me acontecido, mas ocultei o fato de ter encontrado o Luan.

Em casa minha irmã estava deitada na cama me contando tudo o que tinha acontecido e sorriu feita boba por minhas conquistas. Contou como ela e Paulo se divertiram e como as coisas estavam indo bem, senti uma felicidade enorme dentro de mim, por que pelo menos ela estava sendo feliz em anos, enquanto a mim se afundando cada vez mais.

- Estou sendo muito egoísta com você contando tudo de bom que me aconteceu nesses dias enquanto você está tão triste. – Ela disse se levantando e caminhando perto da penteadeira.

- Não Isadora... tudo bem.. pelo menos você esta feliz, e fico contente com isso.

- E você também vai ficar quando eu lhe mostrar uma Coisa que encontrei passeando pelas ruas de São Paulo. – Ela sorriu

- O que? – Perguntei sentindo ser algo diferente que tirasse toda aquela tensão que estava dentro de mim 
desde quando vi o Luan.

- Veja você mesmo.

Ela me entregou uma revista e meu sorriso se desfez naquele momento. Era inacreditável. Ele havia realizado seu sonho e se tornado tudo aquilo que desejava quando era criança, estava mais lindo do que nunca na capa da revista e eu senti meu coração disparar, mais não sei em que sentido, por que o destino nos unia mesmo quando tudo parecia estar perdido, e na revista a manchete principal se destacava da seguinte forma. “ Luan Santana acaba de se mudar para Alphaville com sua Família”.  Não sei se naquele momento eu sorria, ou chorava por ter acontecido tudo aquilo pela manhã, e por esta revista que o trazia pra mais perto de mim...

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