domingo, 10 de agosto de 2014

Capitulo Dezoito.

Luan Narrando.

Eu sinceramente nem sei por onde começar, mas acho que vocês devem estar esperando que lhes conte bem resumidamente tudo que aconteceu desde que a Isabella foi embora não é mesmo?

Bom, há quinze anos quando eu vi a minha melhor amiga subir em um avião, a onde eu não poderia fazer nada para impedir que aquilo acontecesse, eu me senti a criança mais infeliz do mundo, primeiro por que não estava encontrando solução alguma para tentar realizar meus sonhos e o segundo porque uma das pessoas mais importantes da minha vida havia ido embora.

Naquela semana eu não comia direito, não saia para brincar e nem com minha irmã eu queria conversa. Na escola tudo estava chato e sem graça e quando eu voltava, eu não fazia outra coisa a não ser ficar trancado o dia todo no meu quarto deitado na cama como se o mundo tivesse perdido totalmente o sentido, como se não valesse mais a pena viver.

Passei praticamente dois anos da minha vida neste ritmo, e quando a adolescência chegou eu descobri que havia acontecido mais coisas nos últimos anos do que eu esperava que acontecesse.  Eu havia me mudado de lá, e já tinha feitos novas amizades, mais ao longo do tempo e dos dias, nunca encontrei ninguém que eu pude contar de verdade tudo que eu gostaria de compartilhar com a Isabella. Na verdade a única que eu me sentia bem de verdade era coma Bruna que sempre foi a melhor pessoa do mundo além de uma irmã maravilhosa, sempre foi a melhor amiga que eu precisei.  

Pra não pensar em besteiras , me agarrei na certeza de que algum dia ela voltaria assim como ela havia me prometido, então comecei a não pensar tanto e pra compensar sua ausência comecei a correr atrás do meu sonho e quando finalmente comecei a realiza-lo lhe escrevi a minha primeira carta, e junto com ela veio mais trezentas e sessenta e cinco cartas, uma para cada dia do ano.

A Bruna havia conseguido seu endereço e as enviava uma a cada dia, sempre na esperança de que eu receberia uma resposta, mas nunca obtive nenhuma. Nelas eu contava tudo o que havia me acontecido durante os anos, lhe conte como eu estava e havia mudado e amadurecido, como eu sentia a sua falta e como eu havia mudado fisicamente. Nas cartas eu lhe contei quando perdi o BV e a virgindade, lhe contei sobre minhas namoradas e também tudo sobre minha carreira de cantor. Também lhe contei a emoção que senti quando comprei a primeira casa com meu próprio dinheiro pros meus pais viverem, e qual a sensação maravilhosa que senti quando a musica meteoro explodiu e a emoção que senti quando a ouvi tocar pela primeira vez. Nunca ocultei nenhum fato, e nunca escondi nada dela, para mim ela sempre seria a minha melhor amiga, aquela que eu amaria para sempre. Eu me agarrava na esperança de que ela compartilhasse sua vida comigo, mais nunca recebi nenhuma resposta.

Mas os anos foram passando e quando eu completei dezoitos anos, olhei para o céu naquela noite e deixei que ela vivesse em paz, por que se não deu noticias desde que se mudou, era sinal de que nem de mim se lembrava mais, e uma altura dessas ela estava compartilhando seus melhores sorrisos com alguém que não seria eu. Naquele dia eu escrevi minha ultima carta e nela eu dizia que sentia muito mais que já não poderia esperar mais, e que eu tinha que continuar vivendo, e naquela mesma noite eu dei seu nome a uma estrela, assim como eu fiz quando era criança.

E na manhã seguinte eu enviei a carta e segui minha vida, na saudade, com esperança, sentindo sua falta, mas mesmo assim levantei a cabeça e segui em frente. Hoje de manhã quando acordei, me lembrei que seu aniversario estava mais próximo, e senti sua presença e imaginei que aos vinte três anos eu tivesse enlouquecendo.

Era meu ultimo trabalho no Rio de Janeiro e depois disso voltaria para casa. Mas pela manhã eu tive uma inexplicável surpresa, eu a vi depois de quinze anos e confesso que fiquei tão sem palavras, sem reação alguma, e me veio naquele momento a nossas imagens naquele aeroporto em um fim de tarde, onde eu passei os quinze anos da minha vida sem ter noticia alguma dela.

Eu passei o dia todo me perguntando por que não havia reconhecido ela, eu pensei que quando a revesse eu seria a pessoa mais fez e completa do mundo, mas não foi assim que aconteceu. A Jade minha namorada percebeu a minha distração e ficou dia todo me fazendo perguntas, mas eu não quis preocupa-la, até mesmo por que eu nunca havia lhe falado nada sobre a Isabella durante o tempo que estamos juntos.

Eu voltei para casa no fim do meu trabalho e a Jade foi visitar os pais em Maringá. Em casa eu mal conversava na hora do jantar, e também não quis ver nenhum filme. Sentei-me na cama minutos depois e quando eu estava tentando reorganizar o pensamento, alguém bateu na porta me distraindo, e por surpresa muito agradável era a Bruna que me trazia um copo de leite.

- Oi. – ela sorriu tão meiga e sentou ao meu lado. – Eu lhe trouxe um copo de leite.. já que você mal comeu no jantar. – Ela entregou o copo e eu agradeci.

- Obrigado por se preocupar comigo. – Tombei a cabeça de lado mostrando um sorrisinho.

- Você sabe que sempre me preocupo ne pi, agora não seria diferente. – Ela sorriu me mostrando mais aliviada. – Posso te fazer um comentário.

- Pode piroca. – Sorri imaginando o que seria.

- Sabe pi, desde que você chegou, eu estou te achando meio pra baixo, como se estivesse desanimado, e se tivesse alguma coisa te preocupando. Você diz que esta tudo bem, mas no meu coração eu sinto que alguma coisa aconteceu... mesmo que você diga que não e disfarce para que a Mãe e o pai não perceba, eu sei que aconteceu alguma coisa que esta te deixando assim. – Ela segurou minha mão e forçou um sorriso.

- Você me conhece melhor do que ninguém.. – Olhei pra ela que aguardava uma resposta. – É que hoje foi um dia cheio e longo, e aconteceu uma coisa que eu não sei se acredito ou finjo que nada aconteceu.. eu não encontro um sentimento que me faça decifrar o que estou sentindo neste momento. – Olhei pra ela e abaixei a cabeça.

- Você quer me contar o que houve. – Ela sussurrou e naquele momento eu soube que tinha que compartilhar isto com alguém, e ela era a pessoa mais indicada pra isso.

- A Isabella voltou! – Sussurrei em meias palavras.

- Como? – Ela perguntou, parecendo não acreditar no que escutava.

- A Isabella voltou para o Brasil. – Sussurrei.

- E você me diz isso nesta tranquilidade. – Ela soltou minha mão se levantando incrédula. – Eu pensei que você iria pular de alegria quando esse dia chegasse, e você e diz isso assim nesta tranquilidade.

- Eu pensei que ela.. não iria voltar mais.. que havia me esquecido e hoje ela demostrou que ela levou muito a serio na nossa promessa. – Disse meio alterado.

- E você não levou? Luan você esperou por ela a vida toda... passou quinze anos na esperança de vê-la e agora você diz assim que a viu, como se não fosse importante. – Ela passou as mãos pelos cabelos loiros, suspirou e continuou. – Quando ela voltou? Como você a encontrou? Como ela está? Conta-me tudo.

- Eu não sei quando ela voltou e nem a onde esta morando. Encontramo-nos por acaso e quando eu entrava no hotel e ela parecia estar atrasada para uma reunião, porque se vestia muito bem. – Pausei e suspirei por que quando ela soubesse o que aconteceu, me daria um sermão. – Eu não a reconheci... e ela porém estava tão feliz em me ver... depois eu vi sua decepção em seus olhos e eu queria na verdade encontrar um buraco e me jogar dentro.

- Pera...pera ai.. você não a reconheceu? – Ela se sentou em uma poltrona. – Luan tem ideia o quanto ela se sentiu mal? Vocês eram tudo um para o outro e não é fácil saber que o seu melhor amigo nem se lembra mais dela. Luan você... você é um besta mesmo. – Ela disse sem se arrepender de nada.

- Eu sou besta por quê? Por que não a reconheci? Porque eu fui um idiota me iludindo que seriamos amigos para sempre e por que ela nunca me telefonou? nunca me mandou uma mensagem ou uma única carta? – A tristeza era nítida em seu olhar. – Ela não sabe o quanto senti sua falta.. o quanto precisei de um conselho ou um abraço.. ela nunca se importou.

- Talvez você esteja enganado Luan.. você ainda sente muita falta dela.. ela ainda é sua melhor amiga mesmo que tente negar.. por dentro você esta pulando de alegria por saber que ela esta de volta. Você só não quer admitir pra si mesmo que está volta será um grande recomeço. – Ela sorriu, e percebeu que em mim ainda havia muitas duvidas. – Quer um conselho? – Ela perguntou esperançosa.

- Quero! – Sussurrei.

- Esqueça tudo que passou e enterre o passado. Tenta reencontrar essa Isabella que você chorou quando soube que ela seria levada para longe de você.. Procurei reencontrar em vocês o que foi interrompido naquele dia, e procure em vocês a verdadeiro significado de nunca terem esquecido um ao outro. Vocês se sentiram muito melhor quando conversarem e esclarecerem o que aconteceu quando vocês se separaram e porque nunca conseguiram se comunicar.. – Ela se sentou ao meu lado e me abraçou.

- Você acha mesmo que eu tenho que fazer isso? – Perguntei meio inseguro.

- Você ira descobrir a resposta se tentar. – Ela deu um leve sorriso em seu rosto. – Como ela é? – Perguntou curiosa e sorridente.

- É a mulher mais linda que eu já vi em toda minha vida!

Abri um sorriso grande e largo ao me lembrar de nosso reencontro, apesar da tensão naquele momento, ela era a mulher mais linda que já vi em todos esses anos e confesso que meu coração quase saiu pela boca quando ela me disse seu nome. Talvez a Bruna tivesse razão, se ternarmos nos reencontrar, talvez pudéssemos recuperar tudo o que nos foi tirado quando crianças e talvez esses seria o momento para começar tudo do zero.. Dar um novo sentido para nossa historia...


Votem na enquete e comentem para o proximo capitulo! Beijos

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