segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Capitulo dezenove.

Isabella Narrando.

Eu fiquei tão decepcionada comigo mesmo depois daquele encontro com o Luan, que nem sequer tive coragem de contar pra mais ninguém a não ser a minha irmã. Eu gostava e confiava no Paulo, mas ele seria o primeiro a me criticar e dizer que havia me avisado ou se não ele iria me criticar dizendo: “valeu a pena você fazer tudo isso por ele?”, mesmo que ele tivesse razão eu não iria admitir e pra mim todas as escolhas que o envolvia valia sempre a pena.

Os dias passaram e foram tão naturais e vazios. Na vida profissional cada dia que passava tudo valia a pena, mas na minha vida pessoal parecia que o sinal avia fechado e se esquecido de abrir. Eu estou a quinze anos parados no mesmo lugar esperando o sinal abrir para que possa seguir em frente, mas mesmo assim ele continua a me castigar.

Hoje eu resolvi deixar o trabalho mais cedo e ir para casa descansar, mas depois da conversa com minha irmã minutos atrás eu desejei não ter largo o expediente mais cedo e voltado para casa. E sabe por quê? Porque ela me falou dele, e toda vez que alguém menciona o seu nome, mas ferido meu coração fica, como uma cicatriz grande que se abriu e nunca mais se curou.

Isadora havia sio muito dura comigo, e mesmo que suas palavras doessem eu sabia bem no fundo que ela estava certa, porque eu mudei toda a minha vida por ele, foi por ele que vivi na esperança de reencontrar, de fazer tudo valer a pena novamente, eu tinha que superar esse acontecimento desagradável e ir até aquele jantar, porque mesmo que ele não tivesse me reconhecido, a família dele estava me esperando ansiosos para me reencontrar.

Além disso, o Luan não era meu único amigo naquela casa, a Bruna também é uma parte muito bonita de mim, e sem duvidas também sentia muitas saudades dela e de suas brincadeiras malucas. Sentia falta de seus pais eles deveriam estar ansiosos para me ver e por ele eu deveria superar tudo e ir até lá, mesmo que fosse por pouquíssimas horas.

Depois de tanto pensar, decidi que iria nesse jantar, talvez eu não me divertisse bastante e também tivesse a oportunidade de reencontra-lo, assim poderíamos conversar um pouco e esclarecer o mal entendido, ou também ele poderia continuar distante e sem me reconhecer, isso fez meu coração se entristecer. Tomei um banho e minutos depois estava dentro de uma saia e uma camiseta de manga, fiz uma maquiagem bem simples, somente para tampar as olheiras do dia a dia, e coloquei uma sapatilha para que meus pés pudessem descansar depois de um dia longo em cima de um salto alto. Soltei meus cabelos negros e cacheados e finalmente estava pronta.

Peguei uma bolsa, e desci a escada não muito contente, mas estava decidida a ir, mesmo que fosse para agradar minha irmã. Todos me aguardavam na sala, e em silencio fomos para o carro. Paulo e Isadora estavam lindos, meus pais bem elegantes e eu a mais simples de todos eles. A Casa do Luan não era muito distante já que morávamos no mesmo condomínio. Fiquei em silencio pensando em como eles estariam a nos esperar, enquanto no carro todos riam e gargalhavam por um motivo desconhecido.

- Fico feliz que você tenha mudado de ideia. – Uma voz chamou a minha atenção, e era minha irmã que sorria ao meu lado.

- Eu não tive escolha! – Sussurrei.

- Você teve todos os motivos do mundo, mas seu coração luta mais do que você mesma. – Ela me deu um leve beijo na testa. – Tudo será diferente, acredite.

- Eu acho que mesmo que eu tente, já não sei mais lutar contra ele. – Sorri para ela que pareceu satisfeita com minha resposta.

Passei o resto do caminho em silencio e quando chegamos, meu coração acelerou como se quisesse sair pela boca. Finalmente depois de tantos anos eu iria revê-los, mal sabem eles que senti tanta saudade, que sempre rezei para que eles conquistassem seus sonhos e Deus com todo seu amor celestial, nunca abandonou minhas preces.

A casa deles era linda, a decoração era perfeita e eles continuavam como sempre, humildes, acolhedores e muito simpáticos. Marizete e Amarildo continuavam os mesmo, dóceis e acolhedores, os abracei com a mais oura saudade e alegria que meu coração transmitiu. E a Bruna continuava ainda mais linda do que quando era criança, um doce de menina.

Ele também estava lá, e acompanhado de uma garota muito bonita e fina. Ele me cumprimentou meio sem graça, talvez por ter se lembrado do nosso ultimo encontro, e logo depois ele me apresentou sua namorada que por sinal também era muito educada e doce.

Sentamo-nos na sala para conversar enquanto nossos pais tomavam um drink na cozinha, nossas mães pareciam que nunca se separaram e Bruna, Isadora, Paulo e Luan se intendiam perfeitamente. Eu estava parecendo um verdadeiro peixe fora d’ água, aquela reunião estava muito sem graça e depois de tanto admirar o modo como ele sorria como passava a mão pelos cabelos e mastigava um chiclete, me cansei e olhei para a Isadora, que parecia saber o que iria dizer.

- Vou tomar um pouco de ar. – Falei baixinho somente para ela ouvir.

- Está bem.. Mas não demora, porque daqui a pouco vão servir o jantar.  

 Concordei com ela e me levantei sem ninguém perceber  e  sai para fora para tomar um pouco de ar, andei tanto que quando percebi estava em um parquinho sentada em um dos bancos admirando a Lua. Eu desejei que naquele momento tudo fosse diferente e que eu e o Luan estivéssemos tão unidos quantas crianças, mas não era bem assim que as coisas percorriam...


Já fazia tanto tempo que eu estava ali que nem percebi o tempo passar, eu pensei em tanta coisa e meu coração estava tão confuso de decepcionado que comecei a horar e me queixar da vida, eu queria desaparecer, queria que tudo fosse diferente e tristeza que me tomava corria em forma de lagrimas, até que passei as mãos rapidamente pelo rosto, porque alguém se aproximava, e mal sabia eu naquele momento que era a pessoa mais importante da minha vida. 

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