Capitulo vinte e cinco.

NP: Laura Pausini - viveme 

Luan narrando

Depois de desligar o celular, fiquei tão nervoso que minhas mãos começaram a suar. Não sei por que isso me aconteceu, só sei que nunca me senti assim depois de tantos anos. Eu estava mais confiante, mais feliz, vivia mais alegre e pensava mais nas coisas que poderia acontecer com essa aproximação. 

Mas por outro lado e eu estava triste de estar cometendo erros que eu jamais pudesse corrigir. Isabella sempre foi o tipo de menina que todos se encantava a primeira vista, sua simpatia era contagiante, com uma alegria e uma vontade de viver que poucos possuía. A sua maneira de motivação era que fazia meus dias mais intensos se transformarem em confiança, e acho que mesmo depois que a gente se separou eu pude viver na esperança de que alguém acreditava em mim, e ela acreditava em mim, mesmo que a gente estivesse longe. Eu acredito que nesse tempo todo o que nos mante-se unido foi a nossa telepatia, como se mesmo que atravessássemos o mundo estivéssemos sempre conectados.

Tomei um banho rápido e me troquei o mais rápido possível, estava ansioso e queria ficar o tempo todo ao lado dela, conversar e contar absolutamente tudo que se passou durante sua ausência.

- Vai sair? – Bruna perguntou enquanto entrava no meu quarto.

- Vou sim. – Sussurrei enquanto arrumava meu cabelo.

- Então deixa eu adivinhar. – Disse ela fazendo gracinha, enquanto abraçava uns de meus travesseiros. – Com a Isabella? – Ela sorriu em seguida.

- Exatamente com ela. – Sorri feito um bobo. – Como você sabe disso? – Perguntei surpreso.

- Porque a ultima pessoa que você menos da atenção neste mundo é a sua namorada e a única que você mais pensa em últimos dias é a sua melhor amiga. – Ela disse meio desapontada. – Luan toma cuidado, a Jade não é bobo meu irmão, e ela vai acabar confundindo sua amizade com a Bella e você e sua namorada não vão terminar bem.

- Eu já disse e vou repetir, antes de todos eles, a Isabella já existia na minha vida.

Peguei minhas chaves e sai do quarto antes que ela pudesse responder. Talvez eu estivesse sendo egoísta não escutando os conselhos da minha irmã, mas eu não queria que suas razões atrapalhasse um dos momentos mais felizes da minha vida. Então sai de casa antes que meus pais chegassem, e em menos de cinco minutos eu estava na porta da casa da minha menina, buzinei e ela apareceu minutos depois, me deixando totalmente sem fala alguma.

- Oi. – Ela sorriu e seu sorriso me deixou nervoso.

- Oi Piririca – desci do carro e caminhei até a ela, me aproximei e dei um leve beijo em sua testa e em seguida abri a porta para que ela pudesse entrar.

- Obrigada! – sussurrou ela. – Então a onde vamos?

- Bom... – comecei a disser ou tentando encontrar as melhores palavras para aquela resposta, enquanto ligava o carro. – Eu não tenho muitas opções, você sabe que não levo uma vida normal como você, e eu também não poderia levar um segurança atrás da gente, quero que esse momento seja apenas nosso.

- Eu vou pra qualquer lugar, estando com você nada mais importa. – Sorrimos juntos e eu me senti feliz por escutar o som da risada dela, aquele som que tanto me fazia bem.

- Você não perde seu encanto nunca, esta doçura, esta inocência, isso é tão bom, me faz querer sempre estar por perto pra te proteger sempre.

- Igual quando éramos criança ne? Que você me dizia que ninguém nunca iria magoar meu coração porque caso ao contrário você iria quebrar a cara de todos eles. Que eu cuidaria de você e você cuidaria de mim e assim seria para sempre.

- E é para sempre Bella! – Olhei a ela que ficou sem graça. – Eu cuidei de você em todos esses anos por pensamento e por aquela estrela que eu jamais me esqueci de olha-la  noite após noite.

- Você ainda se lembra? – Ela não parecia não acreditar.

- E como eu poderia me esquecer! Eu coloquei seu nome na estrela, eu sempre te protegi e sempre estive com você, até mesmo quando você queimo aqueles sanduíches tentando me provar que já servia para casar. – Sorri e ela ficou assustada sorrindo em seguida.

- Seu bobo. – Ela sorriu e sua risada me fez me sentir mais leve. – Você ainda se lembra disso.

- Eu me lembro de muita coisa. Inclusive quando você pintou os cabelos de papel crepom querendo ser a Roberta o rebelde. – Ela sorriu me fazendo sorrir também.

- E eu queria que você fosse o Diego. - Sorrimos juntos. – Bons tempos eram aqueles, pena que isso tudo terminou quando fui embora.

- Mas agora você esta aqui e desta vez não vou deixar você colocar outra virgula na nossa historia.

- Não irei permitir jamais.

Encostei o carro no parque de São Paulo e por nossa sorte estava quase vazio. Deixei que ela acomodasse em baixo de uma arvore, e enquanto isso corri até o carrinho de sorvete mais próximo e lhe trouxe o seu preferido, o de abacaxi com  leite.

- Sorvete para tornar nosso dia mais agradável. – Ela não respondeu e isso me deixou um pouco nervoso, cheguei a imaginar que não estava oferecendo algo digno a ela. – O que foi Bella?

- Você ainda se lembra do meu sorvete preferido. – Ela me olhou com os olhos cheios de lagrimas. – Você... não se esqueceu...

- Eu jamais irei me esquecer, eu tomei esse sorvete por anos tentando não me esquecer que a pessoa mais importante da minha vida estava tão longe de mim. – Num impulso eu a abracei e foi o abraço mais sincero e verdadeiro que eu dei em alguém, e me lembrei naquele momento que muitas vezes eu estava deitado naqueles braços onde o mundo não era nada perto dele.

- Que bom que você não se esqueceu de nada que passamos juntos, mesmo que não tenha me reconhecido quando nos vimos no hotel. – Ela pausou e a olhei tentando-a compreender. – Foi o dia mais triste da minha vida, mais isso não importa porque estamos juntos, e amigos ficam juntos para sempre.

- Não sabe como me arrependo de ter te tratado tão friamente, e mesmo que você tenha me tratado da mesma forma, eu não sinto raiva pois eu realmente merecia, mas eu quero que busque em mim, e eu vou buscar em você, as crianças que se separaram naquela tarde no aeroporto, e assim vamos continuar do ponto onde paramos e mostrar que nunca nos perdemos.. nunca e jamais.

- Como é bom estar com você de novo e estar no meu querido Brasil!

- Então seja bem vinda senhorita Cortelassi, porque daqui em diante será eu, você e o resto tanto faz.

Sorrimos juntos e tomamos nosso sorvete entre risadas e recordações, nunca nos divertidos tanto igual naquela tarde, perdemos completamente a noção do tempo que nem reparamos que já era noite e que teríamos voltar para casa, mais tínhamos a certeza de que momentos como esses iriam se repetir centenas de vezes... 

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